quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

uns dias

Existem dias que o simples fato de poder escrever qualquer merda e saber que nenhuma pessoa sequer e nem qualquer vai ler,
me fazem lembrar que a descrição dos meus suicídios continuam pendentes, meu site, cada dia toma um rumo diferente, dermatologista e todos os outros istas são uma classe que a há tempos não visito, salvo o dentista, pois desconfiei de um certo bafo causado pelas placas bacterianas ou tártaro, coisa que definitivamente não sei se tem diferença, as aulas de françês que não saem do presente, o quadro que não pintei para a sala nova, e os presentes de Natal que não fui comprar.
Para falar a verdade isso passou a importar menos de uns tempos pra cá.
Algo estranho realmente aconteceu, mesmo quando me sinto roubada nos roteiros de viagem que crio, nas falas impulsivas repetidas na boca de outro alguém, na droga do trânsito que `as vésperas do Natal é realmente desanimador, na padaria do lado da minha casa que cobra R$ 8,50 por um copo de requeijão.
Mesmo assim pago todos os preços que têm me cobrado por aí, e o melhor e pior de tudo, sem reclamar, nem por dentro tenho xingado ninguém.Falta uma certa irritação.

Até a Carla Bruni está no Brasil e como primeira dama da França, sobe o morro e a rádio anuncia que ela nos achou muito criativos.Nem essa fala me irritou.
O taxista perguntava de cinco em cinco minutos se era para seguir em frente, quando só tínhamos essa opção.
E nada, nem um pingo.
Ok, o sol do verão do Rio é um pouquinho irritante, mas nada que uma pequena mudança de rotina e planejamento prévio não resolvam.Sombrinhas para ele.

Queria poder contratar um profissional para fazer cada uma das tarefas que acabo desfazendo e colocando no final da fila com sabor de prioridade.

A oi me manda duas contas separadas, quando na verdade o meu plano deveria ser o "conta total" e me liga perguntando sobre o pagamento de uma delas, respondo com um: - Bom Natal!Quando eu conseguir achar a outra conta, eu pago, já que para poder organizar a minha vida, vocês me vendem um plano cujo o nome é Total e recebo contas Parciais.

O banco me acorda querendo saber se posso participar de uma pesquisa de política de relacionamento, respondo que sim, e mais uma vez a primeira pergunta é a mesma de outra ligação, que também já foi tema desse blog.
-Já respondi a essa pergunta, sinto muito, nada de novo novamente.

Será que é presente de fim de ano participar desse tipo de enquete?

Não compreendo, mas também não me irrito mais.
Os joanetes passam desapercebidos, até me parecem curiosos, dependendo da luz incidente, quase bonitos.
Os cinco quilos a mais me fizeram usar mais vestidos, ah, e como é bom não vestir mais jeans sempre tendo que colocar uma blusa longa para esconder a calcinha.
O papel de parede, que foi a primeira coisa que quis tirar, anda em perfeita harmonia com alguns adesivos e o bandô de flores demodê.

Os amores ficaram em seus devidos lugares, guardados e vivenciados quando existe oportunidade.

Talvez seja por não ter mais televisão, microondas e máquina de lavar, ou de uma maneira mais poética, talvez sejam os amigos que pela seleção natural da vida que eu quis, tornaram-se mais escassos e tão presentes em qualidade.

O fato é que nesse ano que termina e um outro começa, desejo menos irritação e mais amor.
Tem dado certo para mim!

MK

Cessar

Não enterres a força um ser vivo

Sorri, sem entender quem era você na foto,
me esqueci de olhar por alguns meses.
Me surpreendi com o que vi

seus dentes não são perfeitos,
seu olhar parece penetrante, sim,
sedutor
te criei mais perfeito do que você jamais poderia ser

Até o calor de um corpo frio
te dei
enquanto estavas atrás,
e olhavas nos olhos.
Denunciou.

A textura da parede, agora, quer competir com suas mãos,
travam uma batalha mirada, lado a lado, os inimigos
as pontas dos dedos escondidas
fogem da mulher sem pés ao seu lado.

Me surpreendi com o que vi.
marquei seu nascimento em meu corpo
o enterro está pendente
por falta de subsídios
a tinta não fora suficiente

e entrei
Costurando,
na agulha pouca linha, fina, frágil
me servi de grampos

Os fios de cabelo arrancados, escondidos
tem a mesma textura grossa,
sempre uma grande surpresa,
estavam protegidos na pele, deveriam ser suaves
de toque macio,
mais macios que as mãos que te dei

te olho e por culpa minha, tua ou do tempo
não sei o que vejo.

MK

Cerrar

Da força que se serve para imaginar
desde quando esqueci de morrer?
O ar adentra, comum, ralo e amiúde.

Não há sentido.
Invento sonhos que alcanço,
outros se perdem no caminho deslizante do gelo,
das tuas pernas,
da luz racional,

Dos olhos que os cigarros criam espelhados no cinzeiro

Racional demais
deixa
as palavras que eram um sustento para os sonhos
num simples
E invento um ladrão
para esconder que na verdade elas jamais existiram
se perderam
estão trancadas nos roxos de meu corpo
na face, pontos estriados de sangue

sem
é somente um pulsar apático
escondido num sorriso vespertino

a multidão calada

desde quando esqueci de sofrer?
está tudo combinado
seguirás inventando
até que os olhos do cinzeiro movam as pálpebras
e cerrem o negro
da ponta de teus cílios

sábado, 20 de dezembro de 2008

Castelos i-reais
Ela não estava aqui,
deu uma meia volta
cansou

cold

i m tired, tired of beeing myself all the time
tired of the smiles
the time is not changing, i m here, at the same, feeling the same
it is too much for me.
I want to stay, and live the calm
the light
I will never know what it is
you stole my words
and i m trying to write, trying to breath
it is hard
i wish it could be easier, but it is not

I don t know how to love
the way they want
completly
other person
i m bloked
missing somethig that i really don t know
I wish it could be simple, but it is not

who cares?
A cold person!
I m not
and you should not be

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sejamos mais lúcidos

Nos lencóis o mesmo amassado que acolhe,
tempo da lucidez, tempo de não deixar bebados de ego,
a casa era outra, na porta o vazio que adentra.

Je ne peux pas attendre par
cette scène !

Farta, sim dos quais esqueci e preguicei descrever!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Madonna no Rio

Ei Madonna, me dá um autógrafo no peito?
- Isso que dá ser educada, as pessoas confundem!
O cachet é o mesmo, a conta bancária então nem se fala...
O outro diz:
-Nego quando pede autógrafo tem que ser carimbado de vermelho.
Nego quando pede autógrafo na verdade quer outra coisa

E os negos ficaram todos parados no mesmo lugar., esperando a Madonna que não existia.
Eram 5 da manhã, e os olhos não piscavam,
no telefone um eu te amo meio sem jeito,
eu te amo, enquanto não estava ocupada em descobrir novas pessoas,
e quando as novas ficam velhas,
voltava a ti, amando mais do que antes e menos do que a próxima pessoa.
E sabes disso e a tens todas as vezes, pois a deixa existir.

Eram cinco e quarenta e uma mulher batia a porta,
quieta, silênciosa te deixou dormir,
mais uma noite,
em mais uma ligação, fechou as janelas
e deitou sabendo que estavas lá sonhando e desejando ela.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Falling in the dark
Feeling one tired heart
desperate
watching
my death
doing nothing to rescue the pieces
running to every place
as a dry leaf being on the corners
exhausted by the seasons.


with out seeing the tries that never came back

exhausted

the white body in small pieces of glass

a broom and shovel waste
sweeping the last grains

looking for a black plastic bag
a big one

all the trash and the darkness on that pieces

That was before
all the noises.
There is no point to look back
I moved the past mold blocks

to breathe slowly
watching the lies out of my back
laughing of the ghosts

they still here talking with me all the time
and I give them smiles and short kisses of bye
they have no faces.
they breath the air in another person
another corner
Not mine.
For these past long days someone I don't recognize


That was before
Before my home
before finding myself


And your eyes came into my eyes

I knew that i was looking for you
I knew that i was looking for me


No matter where you are
I ll never know in witch corner i ll be at

No mattter what you want

I want the teach the darkness
to live in light

Living the seasons of being alive.
sharing the weather,
the sounds of silence
and the smells knocking at the doors.

Now I know that I was looking for you
I know that I was
I m
Looking for me.

VINGANÇA

Desconforto
em escrever e riscar,
digitar e deletar.
Eita coisa louca ler esses troços
que não me pertencem e ainda assim
achar bonito.

ficar como Henry,
trancado,cansado da hipocrisia
sendo um mentiroso
por achar mediocre 2/3 da humanidade

recalque ou cansaço

E nessa os escritores passaram
brindaram
e ele não viu


MK
mar 2008

mistureba de tempos

LA SE FICA

Uma folha da papel
sopra de um lado
lá vai,
retira na marra
lá se fica

acho que estou indo viajar
40 minutos pra decidir

pra que esperar tanto
se já tenho a decisão

quero ficar quieta comigo
menina acho que está dormindo demais
enquanto voce pensa
ele tá comendo outra
mas uma coisa não tem nada a ver com outra
esse amor já passou

argumento,
ninguém cre
mas é verdade

foi tudo ralo abaixo
a favor da minha vontade

MK


A CANETA

um tempo
me pego tremendo
e me lembro de todas as vezes
nunca soube jogar

fiquei uns anos escrevendo a caneta
sem chances de apagar,
me revirei por toda, machuquei pessoas que amei.
Me sujei inteira de nanquim
Tudo isso por causa da maldita caneta.

essa estória de adulto cansa,
tudo de definitivo e sem chances de errar.
Que os homens não me ouçam
Tenho escrito a lápis, e quando ninguém está olhando
passo a caneta.

DEVOLVENDO SUA CARTA

Esta noite sonhei com você
Acordei tremendo
sem ter pra onde correr.
O choro engasgado,
pálido,
começou a descer.
Um estouro fisgado
pelo meu não saber.

Ficou maior,
virou grito
vindo do lugar mais fundo
do meu ser.

Alguns instantes
e um cigarro depois
parei de tremer

E nessa loucura
tomou o meu sono,
a minha calma
a minha alma

E não adianta tentar devolver
com fotos, quadros
e escovas de dente

Se não podes ter como gente
guarde na lembrança.
Se não queres guardar
Jogue fora
pois isso não posso,
não consigo
e não devo fazer

O passado é um bloco
que não estou conseguindo mover

Um dia quem sabe
ele dê trégua
e pare de tanto me doer

Aí, ficarão
apenas fotos, quadros
e escovas de dente no lugar de você

MK

29/01/2008


NOIVA DAS ÁGUAS

A poça e o vão entre a sala e a porta,
entre a vala e a espera morta

Um querer ser querido
sem nunca ter ido,visto, sentido
e vivido a espera calada

No deck
me escorreu
os cabelos nadam nos peitos dos pés
longos, escuros
numa água verde
da poça e o véu

Entre o fel e o chão
todos negros,molhados de lágrimas
no vão,
entre a sala e a porta.

MK

Provocação

Corto, copio e colo o que dizes
e nada de uma resposta reta.
Me deixa quieta nos devaneios
esse é o meu prazer

Desisto
e faz o quê?
faz, né?

escreve um livro,
le um poema,
toma um bom vinho e brinda

resolvi ser atriz na folha em branco,
cantora nas virgulas,
pintora quando os olhos mais abertos

quando acordar você me liga?

tudo pode ter mudado


MK

E não é que mudou

ESTOU NOS ANOS 80?

O piscar das luzes
um aceno
a senhora de capa sete oitavos sorrindo sem jeito
perdida pelas ruas do Leblon.
Motor trepidando
um bruto manso ao volante.
Um passo da casa vazia
botas longas, passos rasos
A sopa requentada
janelas e portas fechadas
a espera do beijo da novela
as letras sobrem pela tela da tevê

Hora do quando
tic-tac contagem regressiva
Botas longas, passos duvidosos
a procura do borburinho

Vozes do casal descasado.
Entregue ao local de destino
Pronta
Vodka a mesa.
Passos rasos e duvidosos por todos os lados.
Rostos conhecidos em mesas
rostos e corpos perdidos na rua

Vem e vai

queres que volte?

MK
Jan 2008
*Homenagem a um perdido no Baixo Leblon

VESTINDO A PERSONA

Num dia de tempestade
uma estrela no céu se apagou,
tentou guiar o caminho

Ela que desejava a calmaria,
seguiu dias e dias a vagar pelos ruas e esquinas
Os instintos falharam,um rastro a seguir
o nariz e os ouvidos permaneceram calados

Inquieta por se fazer entender
ela comunica e fala o que veste
um dia é fogo, no outro ar,
e assim vão passando as horas.

Ela vestiu estar perdida,
brincou, se esbaldou da confusão
Ah! E como!
Confundiu os amigos, os amantes
e os errantes.

Ela vestiu estar calma
a bermuda surrada e larga,
no cabelo desgrenhado,
Ela se cansou e
cometeu suicídio novamente

Um tempo passou
um alguém parecido apareceu
Em escritos e melodias
e se vestiu de outra
que ainda não se sabe muito bem

As roupas ainda estão na alfaiataria

MK

living by the Light

Living by the light

Looking to Where are the eyes
Hooked by the huge line
between
us

The walls don t show her
It makes indeterminates shadows

Living the dark
The way of half
The four wet eyes

Half blind
half aborts
half scares
half hurts

A half brain

What would the light
What are her speaks
An impossibility?

Leave the dark
Living the light
That being free.

Half sanity
All my heart




Maíra Knox
maio 2008
Beijou tanto sapo
que decidiu deixar o príncipe
na página 5 do conto.

Leia de trás para frente
ou cairás no brejo.

Intímo

A intimidade ou a tentativa de
é o que me salva,

Quero dormir de olhos abertos e acreditar
até que me provem ao contrário

Quanto a matar os mortos,
na verdade é um pouco triste não ter a quem matar.

Mas hoje escolhi olhar para os vivos,
quem sabe um parque de crianças pela manhã.

MK
MAR 2008

A real gift

She had red red lips..
with curves so rounded and soft, clouds swooped to admire
Red Red lips sat with perfection and envy from all the lips around
She ruled the land without force nor plunder but pure excellence.
From across the sea to the highest mountain top, all who tasted the air knew of the red red lips.

Until one day, the red red lips too wanted to taste the air and feel the moist ocean salt amongst her but she knew that the perfection would cease she would no longer have seduction of the land if she did so.


So one day the red red lips decided to sneak to the mountain top of the purest air and a small pond of the most delicious water. With no other lips in sight, she slowly inched to the water feeling even its smell made her lips shiver. She has ruled the land since before time of all the lips in the world but this is the first time that she ever felt this feeling before. Every inch was like lifting a dumbell of weight off of her, so much she felt as if she was floating. Completely entranced be the indulgence, the red red lips fell completely into the pond. Like coming to orgasm or diving into moment of perfection, the red red lips did not care or think about the land or the other lips but just enjoyed the water and air with all its beauty.

The red red lips has never felt this way before and all of a sudden started to become scared of what this meant and then started to become fearful of other lips seeing her. She quickly dried herself off. Thinking she was in the clear, the red red lips had a sign of relief. She was about to head down the mountain to continue ruling the kingdom of lips but before she completely turned she saw a glimpse of a reflection of herself in the pond. Something looked different and then she realized her lips were not so red any more but normal like all the other lips. Red Red lips started to flail in circles with out knowing what to do. She questioned jumping off the mountain top or drowning herself in the pond, afraid to face the lips she has commanded for so long until se heard a slight noise. She said "who is there". A soft voice was heard. It was young set of lips she maybe has seen once before, no one she ever payed much attention to, maybe even treated quite poorly. The young lips approached and Red red lips threatened to destroy him if he shed a word or she would jump the other lips would surely think he was the one responsible. But the young lips continued to approach with out a hesitation and calmly pulled out a small object which only revealed itself to red red lips when bought into the light. The young lips pulled off the the top and repainted the her lips and they were just as beautiful as they had ever been.

J.

Antes do blog

"meu siso grita como se a boca fosse dele."
Nem sei o que é isso!Não tenho siso
e não coloco coisas na internet

Saudade de receber cartas com o carimbo dos correios.
Certa vez inventei um amor, e a ele, de longe, enviei acho que umas tantas
cartas.Cada uma com uma música e lá estava toda a minha versão pra
música de acordo com o que eu queria sentir,era um enigma, e eu na
minha ingenuidade,
achava que o meu amor saberia, ao ler a quarta carta, quem estava escrevendo
Tudo cuidadosamente calculado.Sinto ainda a sensação que aquilo me causou.
A última carta, a quinta, enviada no mesmo dia daquele mês.
A hora da descoberta.
Passaram se dez anos e até hoje não sei, mas algo me diz que ele nunca
soube quem eu era, talvez não as tenha recebido, afinal, correios
brasileiros não são como a FedeX

Quase.Engano

é quase isso,
mas quase é só um quase
o que fazer então?

tudo engano

de qualquer maneira um quase
é sempre bunitinho!

- Hide quoted text -



On 2/27/08, fulano de tal wrote:
> Esse é pra vc
>
>
> ela acordou cuspindo coisas desconexas :
> adormecera assistindo t.v.
> outro dia deixou o rádio ligado,
> e amanheceu passarinha.
>
> é tão sensível
> que passou a dormir sozinha
>

virtual

Depois de assistir uma sessão de esquetes de humor, que não conseguiu mudar o meu resolvi fuxicar minha caixa de e-mails.
Tanta coisa antiga recente.
Vazio do tamanho da capacidade da minha conta no gmail.
Você está utilizando 3102 MB (42%) of your 7263 MB.
Sempre olho para esses números e imagino o que farei quando passar de 50%
Esqueci de computar os e-mails que nunca chegaram, os que não respondi, os deletados sem abrir.
Tecnicamente o correio eletrônico foi criado para mais coisas serem feitas em menos tempo, afinal, selar cartas, ir ao correio, entregá-las a alguém que as carimba, envia a outra que coloca no avião, e tantas outras que passam as mãos para fazê-las chegar ao destino certo.Ao invés disso, fazemos várias cartas por dia, pagamos contas pela internet, tem gente que resolveu até namorar, será que também é para ganhar tempo? Eu não compreendo.
Visit settings to save time with keyboard shortcuts!
Quanto mais tempo se ganha com toda essa tecnologia menos cheiro e som sinto.
Peço compreensão aos e-mails não respondidos dos últimos tempos, estou um tanto quanto descrente desse sistema virtual.
E se meu gmail resolver executar uma operação ilegal e precisar ser fechado para sempre?
Na falta de um motivo maior para crise, inventei esse!
Minhas caixas de papelão estão cheias e meu plano de virar caracol está indo por água abaixo a cada vez que compro uma taça nova.

coisas antigas

RELATO DE UMA SEMENTE MAL PLANTADA

Tens olhar denso
Sorriso largo que a muito deixou
de se escapar.
Que boca é essa que não reconheço
A pele branca perdeu o macio
não funcionou
ela não quer,
não pode,
não consegue,
já nasceu abortada.

Mesmo que o ventre a quisesse
o ar veio pra sufocar.
Desde esse dia respira doses estranhas
dias do pequeno pulmão
de tanta euforia.

Feixes de luz sobre a face mofada
retiram as manchas do bolor
revigora
até que o corpo mostra o aborto
e o ar se torna raro,
escasso, pesado como uma cruz
e ela não quer,
não pode
é apenas uma semente mal plantada.


MK

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PARTE 2

Me enxergas de um jeito que não sou
pudera, vim de ti,
de teu ventre.
Mas me mostro o tempo todo
carrego a raiva,
raiva de mim,de ti, por mim,
por nós
do mundo tão injusto que não me leva
e não me abraça
me ignora
numa recíproca e verdadeira relação

Amor e ódio seriam opostos?
Sempre os tive como complementares
angulos dependentes.
Onde a beleza de um
só existe na força destrutiva do outro.

Me enxergas numa ilusão
Não estou mais aqui
A muitos e muito anos me despedi

MK

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Portas e Fogo

Un, deux, trois
os cubos caem um a um.

Tento marcar a hora da cremação,
mas o gosto de infinito acaba a cena.

ça fait longtemps qu'on ne s'est pas vu.
exatamente,
a petite fille ficou na caixa de pregos e flores
olhares para os lados
sem saber o que queria sentir
no perfume, os cortes profundos da ferrugem

Je suis une jeune fille
seguro a dor
arranco as roupas,
no corpo o roxo amarelado de mordidas
os dentes de outros passam pelo corpo,
mas são os seus que sinto.

je ne veux pas t'oublier.

Enterro não
Há de queimar
Ao menos sobram as cinzas
cinzas que possam dançar nos braços de outras
nos sorrisos das pequeninas crianças
no gozo de uma outra hora

Roubastes minhas palavras,
e na falta de tempo
as quero de volta.

Mande pelo correio ou pelo ar.
Estão no pacote de cigarro na mesinha de cabeceira.

E essa chave que te dei,
abre alguma porta, mas ainda não descobri qual.
Troquei as fechaduras,essa em especial ficou perdida,
sinceramente, guardo muitas outras chaves
e temo que não tenhas tempo e escolhas a fazer

Pour toi et pour moi
abra alguma dessas portas,

O vento bate e fecha muitas.

Maíra Knox 24 de outubro de 2008
Je ne sais pas ce qu'il y
a a dire, la seule chose que je pense c'est que je ne veux pas me
montrer plus que je me suis déjà montrée.

36

36 heures

l’horloge essaie à annoncer quelque chose qui ne peut pas entrer
Je n’ai jamais entendu ce son
tic-tac,tic-tac
Tu dormais
Tic-tac, tic-tac

Veux-tu dire quelque chose?
Dans la confuse traduction
Tic-tac fait semblant d’être fou
Où étaient mes oreilles pendant tout ce temps
Où je n’ai pas laissé le son de l’horloge entrer?

Coup d’oeil à côté et il y est
Lui, il dort
Il a apporté le calme
je ne sais pas quel jourie est aujourd’hui
Je ne sais pas où tu es

Ici, j´y suis
Je continue sans domicile
Quelques choses ont changé
J’ai retourné aux papiers
Une nouvelle direction est apparue sans annonciation
sans demander

Il n’y a que le tic-tac
Comme le tremblement des corps aux premiers moments des rêves
Les dialogues sont mélangés

As-tu l’habitude de se réveiller au milieu de la nuit et prendre note des idées?
Qui a dit ça?

Le premier moment du corps avant de dormir
Tu sais que tu dors, mais controle les images qui apparaissent lentement

As-tu dis ça? Ou j’ai melangé le dialogue d’autre avec le mien?
Quelle est ce calme que je ne connaissais pas?

Tic-tac, le temps est mon ami
Dans les trois accords que je n’ai pas encore appris
dans la langue qui me fait tromper dans la rue
dans la vodka qui ne me seduit plus

Tic-tac. Je ne prends plus l’attitude sans retour
48 heures, combien de temps de l’horloge?

Suffisant pour lire un livre deux fois

Je t´embrasse
Je pensais que c’était je te prends dans les bras
mais je t’embrasse

je t’embrasse pour te remercier
Pour avoir réveillé quelqu’un que je ne connaissais pas

D’un rythme secret
aussi secret que les larmes que tu n’as pas vu
plus secret que les soupirs de ces jours

Tic-tac. Je ne te connais pas
je t’ai senti

je t’ai senti dans ce que j’ai voulu connaître
Même dans les choses que tu as trouvées être secrètes

L’horloge a annoncé
Il était là déjà
avec ou sans consentement

Tic-tac. Le temps a dit à mon temps
J’ai beaucoup de temps encore.

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36 horas
o relógio tenta anunciar algo que não pode entrar
Nunca escutei esse som
tic-tac, tic-tac
Estavas dormindo
Tic-tac, tic-tac

Queres dizer algo?
Na confusa tradução
Tic-tac faz parecer insano
Onde estavam os meus ouvidos todo esse tempo
que não deixei o soar do relógio entrar?

Olho para o lado e lá está
Ele, dormindo
Trouxe a calmaria
não sei que dia é hoje
não sei onde estás.

Aqui estou
Continuo sem lar
Algumas coisas mudaram
Voltei aos papéis
Uma nova direção surgiu sem anunciar,
sem perguntar

Apenas o tic-tac
Como o tremer dos corpos nos primeiros momentos dos sonhos
As falas estão misturadas

Tens o hábito de acordar no meio da noite e anotar idéias?
Quem foi que disse isso?

O primeiro momento do corpo antes de dormir
Sabes que estás dormindo, mas controla as imagens que surgem lentamente

Foste tu que disseste isso ou misturei a fala de outro alguém com as minhas
as suas?
Que calma é essa que não sabia que existia?

Tic-tac, o tempo está a meu favor
Nos três acordes que ainda não aprendi
na língua que me faz errar a altura da rua
na vodka que não mais me seduz

Tic-tac.Não tomo mais nenhuma atitude sem volta.
48 horasserão quantas batidas do relógio?

Tempo de ler um livro duas vezes

Je t´embrasse
pensei que fosse abraço,
mas te beijo

te beijo para agradecer
por ter acordado um alguém que eu desconhecia.

Num ritmo secreto
tão secreto quanto as lágrimas que não vistes
mais secreto que os suspiros desses dias

Tic-tac. Não o conheço
te senti

senti no que quis conhecer
mesmo no que achavas que era secreto.

O relógio anunciou
já estava lá
com ou sem consentimento


Tic-tac. O tempo disse para o meu tempo
ainda tenho muito tempo.


Maíra Knox julho de 2008

Super Hero

Que poder é esse que te dei?
Meia dúzia de palavras ensossas
O jeito fácil de branquear os dentes
O jeito certo de saber que irás chorar

Desfoco a visão
fica o bombardeio de muitas palavras jogadas no ar
raiva, sim raiva,
A realidade pede
Não quero um apartamento vazio,
Não quero cuidar de mim.

Que poder é esse que te dei?
O que te faz pensar que seus beijos são de um super herói?

Nos meus tempos de criança
Super heróis usavam capas possantes e antes da lágrima cair já estavam lá.
Prontos, sempre na hora do desespero.

As mocinhas dos quadrinhos
não acordam com olheiras
não levam cantada barata nas ruas
e muito menos carregam um violão desafinado nas costas

Que poder é esse que achas que tens?

Restaurações estéticas
Não volto para o lugar onde estava.

As mocinhas desse mundo
são guiadas para construir amor próprio
lacrando com cimento
os tijolos de homens imaginários.

Te criei para acreditar em homens reais,
portanto te peço:
Não me venhas com palavras cruéis nas entrelinhas

Maíra Knox 30 de agosto de 2008

terra.1

Não escrevo cartas de amor
Me encantam os espelhos do mundo
onde um vê o outro nele

Imagem refletida é real
Imagem real é incógnita

A imagem que fiz de ti
se reflete num espelho sem molduras
Não há madeira, ferro.
Não há vidro.
Apenas imagem de som.
O som do piano.
O som de um sorriso.
O som do silêncio...

O ranger do lápis
Os pés frios.

Não escrevo cartas de amor
Me parece sem sentido.
Nesse espelho não olhei o reflexo.

Ficou apenas o som de uma imagem
e muitas imagens sem som
tão belas e intensas quanto todas as cartas de amor
que não escrevia.


MK
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Je n' écris pas des lettres d' amour
J' aime les miroirs du monde oÙ l'on voit l'autre.

l' image reflétée est réelle
L'image réelle est inconnue


L'image que j'ai faite de toi
est reflétée dans un miroir sans cadres
Il n'y en a pas de bois, pas de fer,
Il n'y en a pas de verre.
Seulement l'image du son.
Le son du piano.
Le son d'un sourire.
Le son du silence ...

Le craque du crayon
Les pieds froids

Je n' écris pas des lettres d' amour
Ça me semble insensé.
Dans ce miroir je n'ai pas vu le reflet

Il reste seulement le bruit d'une image
et beaucoup d'images sans son
Aussi belles et intenses
que toutes les lettres d'amour
que je n' oserai jamais écrire.


Maíra Knox 22 de julho de 2008

terça-feira, 22 de julho de 2008

Guitarrinha boa!

Vicious
You hit me with a flower
You do it every hour
Ohh, baby youre so vicious

Vicious
You want me to hit you with a stick
But all Ive gots a guitar pick
Huh... baby youre so vicious

When I watch you come
I just want to run far away
Youre not the kind of person
Around whom I want to stay

When I see you comin down the street
I step on your hands and I mangle your feet
Youre not the kind of person that I wanna meet
Oh, baby, youre so vicious

Vicious
You hit me with a flower
You do it every hour
Ohh, baby youre so vicious

Vicious
Hey, why dont you swallow razor blades
You must think Im some kinda gay blade
But baby, youre so vicious
When I watch you comin
I just have to run
Youre not good and you certainly arent very much fun
When I see you walkin down the street
I step on your hand and I mangle your feet
Youre not the kind of person that I even wanna meet
cause youre so vicious

Vicious
Lou Reed


quinta-feira, 26 de junho de 2008

vendem chá e compram refrigerante

- Ei moça de bota branca!
a atmosfera do ar estava bem esquisita, mas mesmo assim olhei para trás e lá estava, uma menina de cabelos encaracolados longos, magra, alta e bem vestida.
- Sim? Respondi sorrindo.
- Preciso falar com você!
Caminhamos uma na direção da outra.

- Ele está te esperando!
E olhava nos meus olhos com o par de olhos verdes, ou azuis, aquela cor meio indefinida que algumas loiras de olhos claros possuem.
- O que? Que papo de maluco é esse?
- Ele está te esperando.Vem comigo!
- Como assim? Ele quem?
- O príncepe encantado. -disse ela olhando para o final da rua, onde um taxi a aguardava, creio eu.
- Não acredito em príncipe encantado, agora me dê licença que estou ocupada.

E segui a travessa em direção ao restaurante. Há dias não tiro horário de almoço. E logo quando a minha cabeça frita de tanta preocupação uma maluca resolve me abordar na rua com esse papinho fuleiro.
Pensei: deve ser alguma espécie de pegadinha, ou a nova tática de pesquisa do Ibope para ver quantas brasileiras acreditam em príncipe encantado. O fato é que não acredito e se existisse um, provavelmente não precisaria de uma porta-voz com olhar de serial killer abordando pessoas pelas ruas de Copacabana `as quatro da tarde.
Entrei no mesmo restaurante de sempre, como diz meu assistente, na comida de macumba, ele deu esse nome ao restaurante pois as panelas são de barro e de ferro e a comida é natureba-caseira.Parece mesmo um grande despacho.

-Oi Alex.Tudo bem?
Saladinha de broto de lotus, broto de bambu com shitake, rúcula, a mistureba de sempre em cima das folhas.Pratos quentes, purê de batata baroa, arroz integral vermelho, feijão mulatinho, farofa de soja e picadinho de glútem.
Sim, cabe isso tudo no mesmo prato.Vai mais rápido.
Coloco o prato na balança.
-Estranho, não está funcionando. -Vários zeros na tal máquina de última geração.
- Ih! -Disse, sem levar muita a sério, ainda encaisquetada com a cor do céu de hoje, com o olhar da moça loira, com a sensação que senti ao sair de casa pela manhã. Em 5 segundos de flashs cinzentos.
- Muito estranho, nunca aconteceu isso.-Disse ele.
Alex levanta o prato, coloca o peso das mãos, e nada.
- Zerado.Eu heim?!
- Olha Alex mais estranho do que o meu dia já está não pode ficar.Você acredita que aconteceu isso e aquilo e mais aquilo também.
Pronto agora quem fez papel de louca varrida fui eu.
Mas Alex como garçom simpático que é, ficou rindo das minhas estórias e repetindo.
- Ele está te esperando.

Sentei e pensei. Se tem alguém me esperando, deve ser Deus me dizendo que vou morrer hoje.
Tenho que voltar para o escritório e escrever uma carta dizendo que existe mesmo a sensação da morte quando ela está prestes a acontecer. Não dá aperto no coração, não dá medo, apenas o céu te mostra que está ali.
O chão parece ter face e uma simples poça d'água vira um enorme lago feito das lágrimas de alguém.E você se pergunta -Quem andou chorando?

Nunca bebo durante as refeições e após prefiro chá quentinho.
como tudo já estava estranho, resolvi abrir a geladeira e pegar um chá novo.
- Quanto é isso?
- 3,90!
Abri dei um gole como se fosse a última bebida da vida.
- Isso não é chá!Isso é refrigerante.Não acredito!
esbravejei com a moça do caixa
- Essas empresas deviam ser multadas.Só colocam "refrigerante de não sei o que" pequenino no canto.Olha aqui!
Ela ficou me olhando sem entender a indignação e a outra moça na fila do caixa começou aquele texto:
- Hoje em dia tudo tem conservantes.Aspartame por exemplo é o maior cancerígena que existe.
-Pois é! Respondi dizendo boa tarde a todos e saindo.

Mais essa! Não estava falando de conservantes, muito menos de aspartame, porra, estava falando de um refrigerante ser vendido com a palavra "TEA" bem grande na droga da garrafa. Não quero saber se é cancerígena. Porra! Só quero poder relaxar um pouco e perder a mania de ler tudo quanto é rótulo nos mínimos detalhes.
Só queria tomar um chá gelado com conservantes mesmo. Foda-se.

No maço de cigarro colocam a foto de dentes horrendos amarelados, podres e você sabe que possivelmente eles ficarão assim.Todo mundo sabe que refrigerente é uma merda pra saúde.E tomam mesmo assim.Até porque não tem uma lei que mande colocar uma bunda enorme cheia de celulite na garrafa.
Agora vender chá e comprar refrigerante é brabo.

Um cigarro na hora, produto honesto no meio de tanta gente careta, covarde e mentirosa.



Pensamento do ano, da década, dos séculos que virão:
Realmente o mundo acabou e esqueceram de enterrar.

P.S. Sempre digo isso, mas algumas pessoas "positivistas" cismam em não acreditar.

terça-feira, 3 de junho de 2008

É No espelho que ela te reconhece
Gogumelos marrons nascendo em seus pés,
inclina o corpo para tentar arrancar.
Essa era a única imagem.

Cogumelhos,
talvez pequeninas
flores de tecido.
Debruadas de um veludo úmido.

Deverias saber melhor

O passaro negro sobrevoa
enquanto corta os pés, sombras reparam
pés, em pele e não texturas fabricadas.

Do mesmo lugar que vêm todas as pessoas sozinhas
Difícil dizer.

De onde vieram esses cogumelhos em seus pés?

Prêmio Tim de Música

Resolvi tirar o pó do meu controle remoto ontem e liguei a TV para ver o Prêmio Tim.
Larguei meu livro, o computador, deixei todos os pensamentos de lado para apenas assistir.

Não sei se era defeito da minha TV, poeira demais, talvez interferência, mas algo estava bem deságradável.
O som estava abafado e quase todos me pareciam roucos, exceto Dominguinhos e umas outras gatas pingadas.
Me assustou também ver tanta gente plastificada com aquele efeito botox e olhos arregalados.
Não sei se alguém tem a mesma impressão, mas ultimamente tenho visto muita gente de olhos extremamente abertos pelas ruas, nas revistas e na TV.
Acho que o efeito colateral do Botox é esse, olhos estatelados, olhos de fúria, olhos de estou disfarçando que fiz um "procedimento", sim, pois hoje em dia ninguém faz cirurgia.Virou procedimento.Olhos mortos querendo viver.

Marieta Severo é muito boa, mas aquele vestido sufocante tomara que cai e nunca cai, pois estava muito apertado, estava me irritando.
E ainda teve um fulano ou fulana, que agora não me lembro, que disse que o prêmio é o nosso Oscar...
Não entendi a comparação!
Sandi & Júnior ainda são uma dupla? Ganharam o prêmio de dupla, ou eu estou confundindo?
Não comprei nenhum dos discos premiados, mas simpatizo com o Emílio Santiago.
O Luciano do Zezé di Camargo e Luciano, também estava rouco ou é assim mesmo?
Não entendo nada de tom, escala de voz e tudo mais.
Das apresentações que assisti acho que uns dois cantores reclamaram sutilmente do ponto, o retorno do ouvido.É isso?
Algo estava acontecendo no som. Fato!
Dominguinhos e os sanfoneiros arrasaram.
Ivete como sempre muito simpática!
E não sei como terminou, esqueci, ou devo ter desligado a TV antes.







Ainda bem que não tenho leitores nesse blog, senão eles não aguentariam mais a minha ladainha com a música.
Cinco horas ouvindo música sem escutar o que é cantado.

Pausa - Ice water - Cat Power (música estranha)

domingo, 1 de junho de 2008

Eduardo sugeriu na lanchonete, mas a Mônica queria ver um filme do Godard

Um dia chuvoso, no carro, silêncio do casal de namorados juntos há dois longos anos.
O sinal não abre, a chuva não pára e o destino, nenhum dos dois sabe.
Ela, que não suportava o desconforto do tédio de estar acompanhada estando sozinha, resolve ligar o rádio.

Primeira estação, o forró do Falamansa, tentava resistir na lista das mais tocadas, o baile todo, uh uh uh, troca, assim se faz assim se ama, troca, vou passar cerol na mão, assim, assim, vou aparar pela rabiola, vou sim, vou sim, a perninha do motorista, que por algum acidente do destino é o homem com quem ela passava todos os finais-de-semana, ensaia um leve movimento de sacudir, troca. Pra você eu digo sim, Rita Lee, troca, seu guarda eu não sou vagabumbo, durmi na praça, pensando nela, voulez-vous coucher avec moi ce soir? Irritação e as estações programadas no rádio estavam acabando.
Duas chances mais. I never love someone, baby i love you, ugh, ugh, ugh.
Dias melhores e o Jota Quest.


- Pára o carro agora!Chega!!!Quero descer!
- O que te deu? Como assim?
- Qualquer hora eu explico.Preciso sair agora!!!!

Porta do carro batida, o cara não entendeu nada.E lá foi ela.

Tratar a vida como uma prostituta, usar apenas para melhorar a existência.
A cor dos seus olhos estão acinzentadas, preciso fazer mais exercícios, este sapato não foi desenhado para longas distâncias,
Este ano faço 24, como será a festa? Onde eu conheci o Eduardo? Quando o funk mudou de temática? Onde eu estava que não percebi?
Preciso de um corte novo no cabelo, esse negócio de mestrado pode esperar, análise de eco sistemas, esse miquinho não pertence a essa área, visto 36 e sempre corto as bainhas da calça e mesmo assim elas continuam arrastando no chão.
Há tempos não tomo banho de chuva. Como é mesmo o nome daquele filme, aquele que me fez enxergar o quanto a minha relação com o Bruninho estava falida? O que aconteceu com as minhas roupas coloridas? Algo só pode ser considerado novo, se comparmos `a algo antigo. Este ano vou para Paris, 15 dias, um mês, quem sabe... Qual é a cor dos olhos do Eduardo?
Ah, esse restaurante é novo.Gostei do letreiro, laranja está na moda.De cada dez letreiros, sete são laranjas.

Toca o celular.
-Vai ter sessão de filme aqui em casa.Está como Eduardo?
- Não.
- Resolveu dar folga! Então chega aí! A Flavinha vai trazer torta de maçã, o Beto fez aquele pão integral e você que não sabe cozinhar pode trazer o vinho, que tal?
- Vou pensar, te ligo mais tarde.
- Fato que não vai ligar.Tá bom então.Beijo.

De onde a Marina tirou que não sei cozinhar, como se ela cozinhasse horrores, bem me lembro do penne ao pesto que ela fez, a massa estava igual a da minha empregada e o molho sem alcaparras.Também, para que preciso saber cozinhar?
Bom, o pão a base de água e farinha até que estava gostoso, chiapatti, ela disse.Mas o que o Bruninho fazia era bem melhor.
Definitivamente esse sapato é uma droga.Estou com bolhas no calcanhar. Ainda não terminei meu livro, de amanhã não passa.
Esse sinal que nunca abre.Ser pedestre é quase tão ruim quanto estar dentro de um carro parado no trânsito.
Era Ana paula agora é Natasha, usa salto quinze e saia de borracha.Exercita, respira, em 3 segundos todas as músicas chicletes sairão automaticamente da sua cabeça. Com Sol e chuva, você sonhava.Ufa. Preciso dar uma satisfação ao meu orientador. Estou sufocada. Preciso viajar. Como é mesmo o nome do meu namorado?

-Marina, desce, estou na portaria.
-Aha, pensei que você não viesse. Hoje tem "Cenas de um casamento".

Sete anos se passaram, na tela, preto e branco, pão integral, a torta dessa vez era de banana, Godard no lugar de Bergman.

Os sentimentos conduzem os acontecimentos.
Cineastas de plantão, podem falar o que quiserem, snob, sem preocupaçnao estética, um filme onde as imagens não interessam.




Eduardo sugeriu na lanchonete, mas a Mônica queria ver um filme do Godard.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Ring of Fire not anymore

Depois de meia hora tentando fazer a droga da internet "pegar", digo isso pois tenho pavor desse sistema wifi que simplesmente não funciona bem aqui na minha casa, não sei se a culpa é das malditas paredes feitas de concreto, ou da droga do provedor que pago por mês e que volta e meia tem vontade própria e não funciona.
Coisas inexplicáveis da tecnologia.
Pois bem, descubro no dia-a-dia que alguns seres entram no meu blog, e mortais que são, acham que escrevo sobre minha vida.Descubro, através de desaforos que escuto, e-mails malcriados, e-mails concordando, como se esse fosse um espaço politico, pseudo amoroso e pessoal.
Pois bem, escrevo muito sobre mim sim, mas metade ou quase, é uma grande distração e a brincadeira é justamente essa, vide primeira postagem.E me estranha que os comentários não sejam feitos aqui.
Um específicamente, descobri que é meu leitor assíduo.Imagina pelas palavras escritas aqui, tudo que faço, tudo que como e com quem transo.E ainda me diz - Pra que serve uma porra de Blog onde você fica dando uma de piranha!
Querido neurótico versão simplificada, hoje escrevo para você, e lanço o desafio.
Será que saberás decifrar o que estou falando para você, ou o que falo para mim, ou o que falo para o cachorro magro da esquina?
Queridos leitores assíduos neuróticos.Não dou uma de escrever diários, ou espelho, espelho meu.Tenho espelho em casa e definitivamente não é na internet que me materializo.
Há tempos não respondo a uma provocação, mas hoje não pude resistir.
Algumas pessoas nunca se contradizem, e eu sou atacada o tempo inteiro por você, pois me contradigo.
E é assim que vai ser. Como disse meu amigo Thiago Ennes, parafraseando Paulo Francis, só as pessoas inteligentes se contradizem.

Alguns dizem, gostas de uma confusão, de onde vem tanto maluco na sua vida, ou, vai ser pára-raio assim lá na China. Bruno Porto que me espere, mas acho que a China está cada vez mais próxima de um dos lugares que quero invadir, quem sabe a torre do pára raio não funcione lá.
Pois o Rio de Janeiro está infestado de malucos!
Foi só chegar nessa cidade que meus rins surtaram e não me dão descanso há duas noites, contando com essa que começa agora, três.
Algo de estranho nisso não?
Não acredito em fugas geográficas, mas que existem lugares que foram feitos sob encomenda, acho que poucas pessoas discordam. Não sou adepta de fugas geográficas e nem de fugas das palavras que saem de minha boca. Não fujo do que sou, sou isso aí e ponto.
A maluca sou eu, a essa hora, deixando de lado "O Matador", justamente quando Máiquel caí nas mentiras de um casamento, para abrir o computador e espumar com a sua provocação. Depois de todas as ligações, lí seu e-mail. E achei muito bonito, belíssimas palavras, porém escritas para a pessoa errada, aliás, posto aqui também a versão original da música que você me mandou, deverias saber que na maioria das vezes gosto dos originais. São raras as segundas ou terceiras versões boas. Outro dia por exemplo, ouvi Nouvelle Vague cantando Too Drunk to Fuck e apesar de bem bonitinha e sensual, Dead Kennedys tinha bem mais veracidade.E o que são os gritinhos no final? Definitivamente não convenceu.
Meu trabalho vai muito bem obrigada por perguntar.
Minhas sessões de análise estão menos frequêntes e surtem efeito, aos poucos, apenas o suficiente para não deixar o ácido de meu estômago corroer minha víceras.
Meu cabelo morreu de tanta tinta e não me importo tanto com isso.
Meus amigos vão bem também, sim, eu os tenho, são alguns e verdadeiros, obrigada por também perguntar.
Romances? Todo mundo os tem, nem que sejam imaginários, nem que sejam na lembrança, ou num copo de vodka.
E nada de depressão profunda.Dei um tempo, disse a ela, chega disso que agora estou muito ocupada!
O amor passou no nosso ouvido, mas para você ficou preso no resto do que não é amor.
Estou numa nova estória e achei que poderías continuar, em outro papel, nela.
Esquecí que apenas um personagem podes viver.
Chegamos então ao xis da questão, não sou uma, e dificilmente serei.
Continuo fumando as guimbas de cigarro quando meu maço acaba, mas não temo mais o vosso julgamento.
Sou isso aí! Com muito custo e com muito prazer.
Agora me dê licença que quero saber o que a Érica vai fazer com a Cledir e o porco que eles têm em casa.
De qualquer maneira, agradeço a sua atenção e o seu amor maluco.


P.S. Obrigada Julia Wahmann, a única leitora que tenho que comenta aqui e não no meu ouvido! ( blog dela é muito bom, bem melhor deste que andas lendo)
P.S. 2 - I fell in to a ring of fire... uma vez, talvez mais, porém não acho que o Love needs to be a burning thing
Mas continuo gostando da música, afinal, é música, poesia, criação e ponto.


domingo, 25 de maio de 2008

Salvação momentânea




Diário truncado _ friday

Acordando lentamente,
percebo que não posso comentar esse dia.

Pequenas palavras
Quesadilla e muitas mãos atacando.
Caminhar na chuva.

Fazer esperar,
as portas estavam abertas.

As coisas mudam, outras...

Aquele que te descreve bem,
nem sabe do que fala.
Fez mestrado em bares e escreve coisas bonitas.

Só se esqueceu de sentir
esqueceu, ou não teve tempo pois estava muito ocupado em prencher seu vazio.
Ocupado com rimas, melodias.
Em tentar matar o tédio,
se perdeu
na satisfação,
nos atos vazios.

Sem tempo de voltar
muito bom,
dessa vez não fui eu.

Eu volto a minha escuridão de olhos abertos.
Os outros voltam as mesmas

E nessa luz negra
permaneço
intacta,
sem adeus.

Prefiro os olhos arregalados
O amor não é um jogo de perdas.

No way

Ok Honey,

no words,
no smells,
nothing else

I like that you are writing
but not about drinking vodka.

You said
drink tea

and I say
no way

I will hold on to the piece of your heart.
I will take good care of it,
but it is not tea time

you should know
the birthmarks that are my trademark
You should know
that i m moving fast

If he don t smile or smoke
I ll not be the one who never looks up

I smile at your answer
I ll make it easy
waiting for you to come back

Times is on my side
making me think
for many times I've tried

The wrong
The right
The no one

He leave me laughing
he wants to be loved
And i want to be free

I must shriek
smoking, drinking and smiling
suffering the atrocity of the murderers
i wish it dead or away
cause i found my way

Taking always the left
no matter why
and where
i ll be there

in his honor
a bottle of vodka
and a packet of cigarettes
with all my love

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Be Impeccable with your word

Silêncio!
Não mate com palavras o que tenho para te olhar

Nos maxilares dormentes de quem muito fala
um espaço para ouvir
um tempo, sem pressa, de contemplar.

Não escreve poesia.
Não fala coisas bonitas

Ela fala demais,
bebe demais,
trepa demais.

Num pulo de falas ele chega de manso
come pelas beiradas as vogais do seu sono,
invade o corpo com a língua,
e a alma com o olhar triste.

Treme inteiro
será verdade?

Ela acreditou.



"Why your word? Your word is the power that you have to create.Your word is the gift that comes directly from God.Through the word you express your creative power.What you dream, what you feel, and what you really are, will be manifested through the word."

The Four Agreements - Miguel Ruiz

The Indian Food


Há mais de ano que penso em escrever sobre esse lugar.
The Indian food em Williamsburg.

A porta de entrada denuncia.
Os arranjos de casa mesa, em pequenas flores sem cheiro.
Os pratos de metal, aquele metal antigo, com bordas desenhadas.
Nas três tijelinhas, uma tomate e cebola, na segunda molhinho apimetado verde e a terceira o adocicado.

Dessa vez fomos atendidos por um novo indiano, mais jovem, mais falante, sem tanto sotaque.
Mas igualmente fofo.
O garçom mais antigo trajava o mesmo paletó e gravata de sempre.
As bochechas redondas e os dentinhos típicos dos indianos que vejo por aqui.

Pra começar, a orgia alimentar, a inesquecível Samosa, vinho tinto e copos de água.
A cada aparição do garçom meus pensamentos partem diretamente para a India.
Imaginando a casa que a família deixou, os pratos de metal que trouxeram e as esperanças da nova vida longe de sua terra.

Os pedidos, mesmo com sabores diferentes, em sua maioria tem a mesma escala de cor, do ocre ao terracota, salvo os verdes berrantes da Samosa. Bown rice sempre e o pão de vento como gosto de chamar.
A luz pequena, velas nas mesas e conversas em meio tom.

Acho incrível que se possa comer tão bem pagando tão pouco e sentindo todas essas sensações.
A magia do lugar está no guardanapo cor salmão, nos pratos de metal, no sorriso tímido do velho indiano, nas flores de tecido, na mistura de erva doce para limpar os dentes.



Quando as coisas mais cafonas do mundo conseguem ser as mais belas.
Para um lugar cafona, só uma frase cafona:

Nossas raízes nunca serão arrancadas da alma.
Amém!

Falling Slowly

Diário truncado

Quarta-feira, dia sei lá qual.
Hora de desligar das pendências e partir rumo ao conhecido mais desconhecido de todos.

Dessa vez o lado Leonina ficou de lado e fui pro aeroporto de taxi.
Ninguém me levou.
Não teve aflição pré flight.
By my self e bem confortável com isso.

As frases compridas em portugues me fogem.
Díficil raciocinar em longos períodos com todas as vírgulas, parenteses e entrelinhas.
Quando se escreve sobre um dia que já passou, fica difícil lembrar a ordem dos acontecimentos.
Só ficam os flashes, os olhares e as cores.
e a primeira música a tocar no avião parecia ser uma encomenda.Era a nossa música.
Cabia perfeitamente no tamanho da minha excitação.
Mais uma strange e inexplicável coisa no ar...

Algumas horas encolhida e engolida pela poltrona desconforttável, foi o voo mais curto de todos.
Sem aquelas malas gigantescas, apenas o necessário, ele disse.

Quinta-feira

Atlanta por algumas horas e a area de fumantes estava repleta de soldados americanos e seus muitos cigarros.
-Hey guys thanks for all!
Entrou no restaurante uma daquelas americanas negras, lindas, e disse aos rapazes recém saídos da adolescência.
Nunca fui a favor de guerra, mas me pareceu poético, todos aqueles meninos, acreditando numa causa, mesmo que fosse uma causa doentia e covarde. Como os pensamentos de uma fumante podem ficar turvos após 12 horas sem fumar!

Conheci uma mulher de meia idade, seus 50 anos, fumava um cigarro atrás do outro e muito simpática perguntou se no Brasil realmente existia toda aquela floresta.
O que me recordou a primeira vez que saí do Brasil, e um cara da Austrália perguntou se nós vivíamos em casas de árvore.
E eu na minha brincadeira adolescente fiz ele creer que comia banana o tempo todo.Só para alimentar suas fantasias.
Pois bem, naquela época a tal globalização não tinha invadido nossas casas.Era até perdoável.

De qualquer maneira, ela, cujo nome me foge a mente, era extremamente agradável, fumamos juntas por horas.

Um cochilo de uma hora e lá estava a vista perfeita.
A costa do estado de New York.
Meu GPS meio bichado ativado, meia hora a mais estaria fora daquele ar condicionado e feliz da vida!

Como fazer um diário sem os detalhes?

Os detalhes, uma camiseta surrada e uma calça super bem cortada e o sorriso de enfim.
O sorriso sem culpa, sem mágoa, sorriso de coração aquietado pelo céu de rever a incompletude.

Poucos momentos me senti tão em casa como em Williamsburg.
North 5 e corpo de lugar nenhum.

Cheguei aonde eu queria.
Mal sabia todas as surpresas me que me aguardavam.

P.S.Realmente só meninas boas fazem diário. As más não têm tempo para isso!




Andei ocupada vivendo!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

With out cigarretes
Smoking an old cigar

Want
Once
Every

To not make you cry
to not know
and why

Falling like flakes
Melting like ice

And the rain never stops
Maybe
She is waiting

The blocks in everywhere
Cruelly
It stands

A big hush
in the middle of stones

move
move the blocks

move it!

Echoing in my brain
my skin
my arms

Breaking up
The place that i want

All night

I have been there

The place called
nowhere!



Maíra Knox

terça-feira, 15 de abril de 2008

Vivendo em letras de musica

Algumas músicas teimam em me perseguir, faço novas set lists, pesquiso novos artistas, e quando acaba a música nova, surge uma das trevas que em um segundo apaga todas as outras.
Então você começa a repetir, repetir, repetir, digerindo todos os cheiros, todos os arrepios, todos os sorrisos ou todas as dores cravadas no peito até sangrar bastante.
Podiam inventar um serviço de entrega e devolução de músicas.
Simples assim.Postar com selo e carimbo e enviar via correio.
Quem sabe não possas utilizar em outras ocasiões, com outras pessoas, alguns anos mais tarde, ou simplesmente guardá-las em outro armário que não seja o meu!

Dá um passeio pelas outras também velhas,
Uma te traz o cheiro do café pela manhã, outras o cair da noite, tem a da dancinha esquisita, a de viagem quando a estrada é longa.
Há aquela que você sempre canta errado.No meu caso são várias e olha que tenho boa memória, acho que simplesmente canto errado pois do meu jeito me parece mais certo.
Algumas lembram a mãe, o pai, o cachorro, seus gatos, ou uma amiga que compartilhou descobertas ao som de Grease.
Madonna ?Aquela festa inesquecível e todas as roupas cafonas que você usava.
Eu tenho uma que imaginava minha mãe no baile, com vestidos rodados, mas na verdade ela dançava ao som de Janis Joplin, jeans, cabelos longos e pegava carona para tudo quanto é lugar.

E muitas sim te levam ao amor de alguém que passou.
Muitas não, infinitas!

Várias vezes esse amor nem sabe que aquela música é dele, mas é, e se tem uma coisa que não pode ser mexida, posta em outra gaveta, reinventada, customizada e posta no fogo, essa coisa é uma música.

Você conseguiria fazer uma lista a quem pertence aquela uma ou a outra segunda, terceira e a milésima música?

Aquela música que embalou o primeiro olhar, com o gosto de Demorei muito pra te encontrar.
Um Kiss still a kiss e Chet Baker estava num quarto de empregada.
Um Beijo de Cinema e voltinhas para tomar sorvete.
E mesmo diante de todos os ocorridos você continua na little prayer for you, para ela, ou para ele.
Claro que o Love is here to stay, Billie Holiday cantava, mas só não explicou onde é esse here, talvez os morangos tenham mofado mesmo e em strawberry fiels forever, nada é real!E se vê inteira entre A seta e o Alvo.
Nada! E tudo em música
Quem já teve um desengano num Sonho de um Carnaval?
Ou estava Too drunk to fuck e por isso o amor não ficou esperando a cura da sua ressaca.
E enquanto continuas cantando I m not crying for you, fica bem claro que ainda choras.
Caminha pela feira de Ipanema e avista Um girassol da cor do seu cabelo e aquela sensação de mais um dia volta, mas a tempo, você lembra que não quer ser a Queen for a day.
Uma Bad Bad Girl está sempre num mundo mau, e nada poderás fazer, pois o que é ruim para você pode ser somente um Free bird querendo voar, e quando não enxergas isso os braços de Só em teus braços, somem em outros.
Ou simplesmente caminhas sozinho.

Quando você menos espera só lhe resta dizer Goodbye Stranger e seguir adiante.
Wild is the wind e o meu pensamento também.

Resolvi ouvir músicas novas com todo o respeito `as antigas.

MK
Remembering someone

Free Bird_Lynyrd Skynyrd

(allen collins - ronnie vanzant)

If I leave here tomorrow
Would you still remember me?
For I must be travelling on, now,
cause theres too many places I ve got to see.
But, if I stayed here with you, girl,
Things just couldnt be the same.
cause I m as free as a bird now,
And this bird you can not change.
Lord knows, I cant change.

Bye, bye, its been a sweet love.
Though this feeling I cant change.
But please dont take it badly,
cause lord knows I m to blame.
But, if I stayed here with you girl,
Things just couldnt be the same.
Cause I m as free as a bird now,
And this bird you ll never change.
And this bird you can not change.
Lord knows, I cant change.
Lord help me, I cant change.

domingo, 13 de abril de 2008

Vá ao teatro e me chame!

Os planos de isolamento do weekend foram por água abaixo.
Estava parecendo tão sedutor.
Já estava me imaginando, sozinha, de frente para o mar, escrevendo e tomando vinho.
O único objetivo era sair de uma atmosfera cíclica de vários acontecimentos.
Desligando o celular, sem telefone fixo, sem vizinhos, sem barulho de carro.
O fim de semana inteiro só para mim!
Sem bom dia, sem estou indo pra tal lugar, sem quando acabar o filme te ligo, ou, estou no teatro não posso atender.
Sexta-feira, e estava radiante com a possibilidade de me ter só pra mim por algumas horas.
Em um flash de cinco minutos, o trânsito dentro de um táxi, e não um trem rumo a uma cidade pequena.

Meus planos ficaram naquele sinal.
O apartamento não me parecia a casa com fogão a lenha, não dava para um campo de vegetação acinzentada em contraste com o mar azul. A casa do isolamento tinha cheiro de alfazema, de lenha queimando, tinha o apito da chaleira, janelas brancas e cortinas de voil, tapetes quentinhos sobre o piso de tábua corrida, uma porta na cozinha com a tela para os mosquitos, muitas xícaras coloridas, uma escadaria com degraus de madeira clara.
Não poderia sair numa picape velha e dirigir alguns quilômetros numa estrada escura para comprar um vinho chileno ou californiano.No máximo meu trajeto seria até o Zona Sul mais próximo, onde casais estariam fazendo compras de madrugada. O bar não teria Jukebox e muito menos mesinhas com velas e cinzeiros a postos.Todos os lugares estariam muito iluminados e cheios de pessoas siliconadas, em calças apertadas, salto- alto e copos de chopp na mão.
A visão da varanda não era um enorme paredão rochoso ao longe e sim dois prédios que teimavam em tentar estrangular minhas palavras, ao invés de olhar para o sol nascendo, seria acordada ao som de crianças e suas babás no play.
Na mesa faltava a máquina de escrever e pilhas de papel, apenas um lap top branco.
Cansei de escrever cartas em outra língua. O romance ficou suspenso por falta de palavras.
A tal casa permaneceu.A cada dia surge um objeto novo na sala de estar, uma poltrona de couro velha, um abajour com fiozinho de bolinhas de metal, e um porta retrato sobre a lareira.
As paredes ganharam um papel novo, azul clarinho em riscas. Potinhos de porcelana no banheiro e mais um livro na estante da sala.O cabideiro não tem nenhum casaco além do meu.O trem continua passando apenas uma vez a cada sete dias, num trilho meio enferrujado.Do interior do vagão, a travessa de chá a frente da janela, continuo avistando a planície dos campos, agora bem verdes, entre o bule e a xícara uma árvove reduzida pela distância. São cinco estações da metrópole até lá.
As horas passam sem perceber o fluxo sanguíneo, sem sentir a respiração.Passam, sem que se tente intervir ou controlar.
Já estive nesse trem, sozinha, e acompanhada de muitos sorrisos e afagos no cabelo.Uma linda menina falava durante todo o trajeto, sua mãe tentava conter suas falas, seus gestos, mas ela a ignorava com tamanha doçura que a mãe não tinha outra saída, dar se por vencida.
No céu apenas nuvens clarinhas e um sol gostoso aquecendo as faces.
Uma estação pequena e poucas pessoas.
Caminhando no ritmo confortável com destino definido e a ansiedade branda do aconchego.
É lá o meu refúgio.Não restam mais dúvidas.
Enquanto o trem não passa, resolvi continuar na saga da fala.

Não desliguei meu telefone.
Voltei ao Rio de Janeiro em pleno abril, quando o calor não maltrata, o sol se põe mais cedo e meu corpo não nega a vontade.

Na praia o barraqueiro e toda a sua família e a minha carteirinha de sócia, mesmo sendo branquela e indo a praia umas 4 vezes ao ano.Todas as mordomias, cadeiras, barraca de sol, filtro solar e guarda-volumes para a caminhada pela areia.
No restaurante todos os atendentes chamados pelos nomes, a comidinha gostosa, um ser que não conheço e a companhia de uma amiga.Brigadeiro de sobremesa e uma voltinha.
No balcão do bar onde compro meu maço de marlboro, o senhor antipático estava muito falante e sorridente.
Nem entendi muito bem, mas achei graça.
Sempre atrasada e correndo, teatro que engasga a fala e chora a dor da morte que nunca se cala.
A morte de uma criança, seja ela quem for, é a morte do mundo.
Um casal elegante, sim, ainda existem casais elegantes, não me perguntem o segredo ou o motivo, talvez civilidade estrangeira, ou apenas amor verdadeiro. Duas mulheres amigas.Guaraná com laranja ao invés do chá verde.
Pijamas no lugar da noite dos bares cheios de gente.



MK


Ficou muito difícil o isolamento com tanta peça pra assistir e tanta risada para dar!

Dicas do fim de semana que acabou:

Fitz Jam no Sesc, restaurante Donanna, show do Jonas Sá, Diagonal, caminhada geriátrica na praia, Dragão também no Sesc, mais pão de alho no Donanna. E a melhor de todas, selecionar muito bem a companhia!

Vá ao teatro e me chame!

terça-feira, 8 de abril de 2008

Para pensar por hoje

Quantos personagens criamos para brincar com o tédio?

Já perdi minhas contas.
Ou melhor, nem quero mais contar,
limitar, lembrar.
Apenas deixá-los todos soltos brincando pelas ruas.

Os personagens não são do criador, passam a ter vida própria a todo instante.
Hoje mesmo inventei uns três!
Ainda não sei como eles vão caminhar.
Só sei que não me pertencem.



Nessa linha de raciocínio em temáticas diferentes:

"O nosso amor a gente inventa, pra se distrair,e quando acaba a gente pensa, que ele nunca existiu!"
Cazuza.

MK

pausa no durante

Maratona de cinema feita!

My blueberry nights

Irina Palm

Once!

Borbulhando tudo aqui dentro.

Deixo o vício blog por uns dias e volto ao meu Romance_pseudo Roteiro!
Senão não tem surpresa, não tem meio nem fim.

E ainda dizem que os fins justificam os meios.
Queria somente os meios,
sempre gostoso o durante.

O antes do começo te dá aflição,
nauseas, ansiedade.

O depois do fim,
um gosto de saudade.
E a vontade em escolher outros finais

Ah o durante...

MK

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Inquietamente
felizmente
felinamente

tudo na mente
intensamente!

E você é que mente!

Graças a Deus!

MK

Sem assunto e com todos!

Depois de falar com uns 20 porteiros,
a busca por hoje foi encerrada.

A classe vai entrar para minha lista de incógnitas.

O livro do Cuenca pode ser lido em seis intervalos de 20 minutos,
o trecho Leblon-Copacabana é ótimo.
Classificados na Web dão nos nervos.
Baixo Gávea em dias chuvosos é bem melhor.
Sexta-feira é chuva mesmo quando está sol!

Um americano nunca vai entender a língua portuguesa,
assim como um porteiro vindo do norte e nordeste está em outro ritmo
que definitivamente não é o meu!

A volta de contato com amigos dá arrepio no pulmão
e colore as paredes mofadas.

Teatro faz bem a alma,
assim como churros de doce de leite.
Meia hora sem fazer nada recarrega as energias.


Classificados em geral dão nos nervos.

P.S. A boa do fim de semana, a boa do fim de vida, é ser feliz sendo triste!
Sempre!

MK

domingo, 30 de março de 2008

Táxiiii

Como roqueiro sofre no Rio de Janeiro.

Quinta-feira, cinco para 'as dez da noite, quase fico trancada no escritório.
A abertura dos portões estava marcada para oito horas.
O show era no circo voador e apesar do tradicional atraso dos shows lá, naquele dia seria diferente.

Contando com a banda de abertura que já tinha tocado, teria mais uma banda e após o Matanza.
Eu realmente estava atrasada.
Correndo pela rua, não sabia se pegava um táxi ou ía de Metro, afinal, o Metro do Rio funciona, ou vocês nunca leram atrás do "metrô de superfície" que maravilhosamente vai até a Gávea?

Imaginei todos os sinais vermelhos que teria que enfrentar de Copacabana até a Lapa dentro de um táxi, seria uma boa maneira de passar o tempo, contar quantos existiam, mas me imaginei contando sinais e perdendo a contagem por causa da primeira fechada que o taxista desse ou levasse. Lembrei que alguns são evangélicos e colocam o culto na rádio, nada contra a religião, só não entendo o motivo do passageiro ter que ouvir aquilo nas alturas. Certa vez o taxista, Francisco, quase que me obrigou a rezar um louvor de não sei o que junto com ele no carro, só porque era a "hora do senhor", e eu, como estava de bem com a vida, não pedi para que ele desligasse o rádio ao entrar no carro. Lembrei dos taxistas garotões que te enchem com todas aquelas gírias e o tecno ou, nobudi waanna si us tugueder justamente quando você acaba de ouvir a mesma música numa loja e saiu correndo para não ficar com o maldito fight for a right to love, ou o unh, uhn, cantado entre o refrão.
Além do mal humorados que só reclamam da mulher, do filho, do passageiro.
Tem também os estudados.
já peguei taxista dizendo que caiu na praça, pois não havia emprego para o alto currículo dele, que havia trabalhado em altos bancos de investimento, quase acreditei, estava extremamente sensibilizada com a estória quando, escuto em alto e bom som - Muito fustrado eu estive!
Como ? O que o senhor disse?
-É muito fustrante a situação do Brasil
Ah sim, sei, realmente.

Resolvi pegar o Metrô, assim não teria que falar com ninguém.

Na cabine de compra do bilhete.
Peço educadamente, escondendo a minha insatisfação por não existir uma máquininha que eu pudesse enfiar uma nota de dois reais e pegar meu bilhete, como acontece nas grandes cidades do mundo.

- Um bilhete por favor!
- Qual vc quer?
- Como assim?
- Integração, simples, duplo...
- Ah sim, simples por favor.

Agradeço e saio correndo pelas escadas.
O trem demora, demora, e só têm homens na estação.
Aproveito para ler um pouco do meu livro.

Salto na Cinelândia, do lado da Lapa, de táxi, em alguns minutos estaria no Circo.
Entro no táxi.
- O senhor me leva na Lapa por favor?
- Ah, daqui até a Lapa é quinze conto, não vou dar essa volta toda pra deixar você aqui do lado por menos que isso!
Vai ou não vai?

- Não vou não, está achando que rasgo dinheiro?

A saída do Teatro Municipal estava lotada, todo mundo queria um táxi, provavelmente para voltar para a Zona Sul.
Claro, ninguém iria pegar um táxi para a Lapa saindo do Municipal.

Andei alguns metros e afastada do buxicho entro no segundo táxi.

- Ai que bom, está difícil de arranjar táxi, vim de metrô pois estou atrasada.
- Ah, tem alguma coisa no Municipal?
- Não sei, acho que sim. O senhor entra a direita e me deixa na Lapa?
- Você deve estar de brincadeira com a minha cara né? Fazendo eu perder um passageiro de corrida longa.
-Vai andando é aqui do lado.

Saio do táxi com vontade de xingar, mas respiro, afinal era um velhinho, mal educado, mas velho.
Só resmugo.- Por isso que o Rio de janeiro está desse jeito.

Vou andando, não vou discutir com um próximo taxista.
Entro na Senador Dantas, viro a direita, num beco sinistro me imagino subindo a rua que vai dar nos arcos e todos aqueles trombadinhas mais sinistros ainda.
Páro no ponto de táxi e pergunto.
- O senhor não quer sair do ponto e me levar na Lapa também? Pois está esperando uma corrida longa...

E o senhor de meia idade, abre a porta para mim e é super simpático
- Que isso imagina, estou aqui para levar o passageiro onde ele desejar ir.
Ufa, até que enfim! o senhor é o terceiro taxista que falo hoje.

Chego no Circo, a corrida que era de cinco reais, dou oito e agradeço.

O show foi ótimo!

" O diabo prometeu você pra mim.
Eu prometi que eu vou fazer você sofrer.
Eu tenho a eternidade toda pra fazer
Isso daqui ficar pior."

E eu só conseguia pensar nos malditos taxistas! E no metrô de mentira do Rio de Janeiro

Arranjar um taxista "decente" quando você mais precisa é um jogo de azar no Rio de Janeiro.



MK
Pérolas que podem ser ditas quando amigas de 15 anos se encontram

- Amiga, chave de fusca não abre Mercedes.

Entreouvido por aí

- "Não senta não , filha! Aproveita pra malhar perna!"
Mãe instruindo a filha de dez anos no banheiro do bar Garota da Urca.

"Olha mãe, igual a Alzira!!!"
Menina de cerca de cinco anos, refeindo-se `a personagem de Flávia Alessandra na novela "Duas caras", enquanto se enroscava num dos ferros que sustenta o toldo da Pizzaria Guanabara, no Leblon. -

Revista O Globo, 30 de março.

Sempre passo os olhos nessa sessão da revista e muitas vezes dou risadas.
Mas hoje ficou meio difícil com essas duas frases.
Que mulheres estão criando essas crianças?
Que mundo é esse onde criança vira um mini adulto aos olhos de todos e tudo parece muito normal.
Lembro agora de minha querida amiga Karen, contando sobre um festival de teatro infantil na França e das apresentações de dança de cada país. Crianças como o reflexo de uma cultura. A brasileira, lógico, rebolava e mostrava toda a sensualidade nos seus poucos dez anos de idade.

Sempre tive a impressão que mesmo com toda essa revolução libertária da mulher, continuamos sim, sendo muito mal criadas. Mal criadas pelas mães que sempre perguntam mais dos namorados do que como estamos nos sentindo.
Mal criadas, pois numa conversa de bar, sempre tem uma mulher completamente dependente de um homem.
Criadas, não para ter auto-estima, e sim para sermos desejáveis.

Isso é um insulto a alma feminina.
Quando digo que não gosto da febre "Sex in the city", e todas me olham com desdém, é justamente por isso.
Vi umas duas vezes e acho que aquela porcaria reduz a alma feminina a sexo, dependência, e futilidades.
Não sou intelectual, gosto de fazer compras, gosto de namorar, brigo com a balança, tenho dias carentes, mas não gosto e não aceito me reduzirem a isso.
Ataco a geladeira de madrugada, acredito na construção de uma família, adoro quando abrem a porta do carro para mim, mas também gosto de ler poesia, amo poder pagar as minhas contas, fico mega feliz quando meu trabalho é reconhecido,
sofro pelas crianças no sinal, tenho sonhos acordada, e desejo a liberdade.
A liberdade de poder ver crianças sendo criadas como crianças e não sendo metralhadas o tempo todo com as frustrações dos pais.
Um assassinato!

As próprias mulheres estão esquecendo da alma feminina e matando a verdadeira beleza em prol de criar seres desejáveis, que serão facilmente consumidos e quando cheios de vazio, poderão consumir os outros, as coisas, cada vez mais.
É isso, alimentando essa doença moderna.


Posso completar o entreouvido por aí...

"Sorvete engorda muito minha filha, assim ninguém vai te querer."
mãe para uma menina linda de uns sete anos, na fila do supermercado Zona Sul, Leblon.

"Você não conseguiu nem segurar um marido heim? Esse teu gênio..."
Avó falando pra neta separada, pois o marido era alcoólatra.

"Igual a esse você não vai arranjar!"
Mãe, aconselhando a filha de treze anos a não terminar com o namorado

Onde isso vai parar?

Estou com pena dos homens. A mulher moderna quer independência, mas acha um absurdo ele não pagar as contas, quer que ele abra a porta do carro, mas quer ir para Micareta com as amigas. Quer que ele seja romântico e mande flores, mas não abre mão de dizer que o Marcinho, aquele amigo incrível, que provavelmente dá em cima dela, é um cara ótimo!
Quer todos os outros homens olhando para ela na Boate, mas não quer o homem "dela" olhando para o lado.

Eu mesmo, perdi o referencial do que é ser uma mulher moderna e joguei no lixo o amor de um homem de verdade por pânico em não querer ser uma mulherzinha. Pânico em não ser apenas mais um par de pernas.

Vamos criar crianças melhores, por favor.

Maíra Knox

Deu no O Globo ontem: 273 mil acidentes no trabalho infantil.

sexta-feira, 28 de março de 2008

E o urubu...

Pedro atrasado.
Na esquina Wendy.

- A situação está preta.
matando cachorro a grito e
urubu a pernada.
Já dizia o vendedor de chicletes.

Uma mulher qualquer
numa esquina qualquer
querendo garantir a ele que nunca mais o fará sofrer.
Não consegue.

Wendy respira na confusão
quando os anseios não mudam,
uma calmaria.

Pedro, simples,
invasor.
Feliz.

O cachorro passou,
ela não gritou.

E a pernada,
o maldito destino se encarregou.

MK

Em agradecimento

Pela manhã
48 horas sem dormir
quis me matar.
Ensaiei 4 opções
todas sem glamour ne-nhum.

Atravessar a rua.
Do alto do prédio.
um tiro, só se alguém apertasse o gatilho.
Afogada não era uma opção.

Cinco quarteirões,
uma da tarde.

Lembrei que não podia.
A arte do disco não foi enviada.

Obrigada, salvastes hoje,
um final cliché de quinta.

MK

Sem poesia

Dizes que não entendes meus escritos.
Digo que não entendes
o choro, a falta de palavras, o beijo.
A carne marcada a ferro e fogo
as camadas todas da derme abertas, expostas.

Sem poesia.

Só sangue disforme
apodrecendo todo o resto
Um Band-aid
quem sabe há um ano atrás
Agora, rolos de esparadrapo

e litros de lítio.

ontem uma da madruga

Os teus olhos um caminho
os cavaletes impedem que os olhos se fechem.
Os muros derretendo na fachada colorida
Pedras e portas
Obras a 20 metros
Estatelando sacos e restos.

Das cores do rádio

o tempo no relógio
viscosidade do muro.

Os lugares trocados
a raiva
espaço a tristeza.

Nos córregos água fria,
saia curta num borrão negro,
pó de arroz nas canelas
magenta lavado nos pés
o cinza do céu lhe parece azul
das cores do rádio só o ímpeto

É só mais um rei sem rainha.

Inventando

Há tempos não te ferem.
sobrevive, na agenda, nos afazeres.
Saudades de um amor.
Inventando então.
Um amor mal resolvido.

Todos sempre serão.

Daqui a dez anos nos encontramos,
quando voce descobrir
que nada é tão fixo assim.
Achou o que voce queria.

E eu estarei sempre a procura.
A procura sim, de algo complementar e menos disputa.
do respeito.
Essa é a diferença entre amantes.

com respeito,
errando sim,
mas tentando.


MK
apesar dos pesares...

continua, do mesmo jeito insano!

reduzindo a pó

Enquanto me reduzires a isso.
nada poderá ser feito, falado, sentido.
Vivido.

Sem se despedir repete tudo a todo instante.
Não te compreendo.
Penso no travesseiro, o que vale um dia a menos de brigas e desajustes.

Não se despedes, pois dizes que há muito, fiz minha escolha.

Escolhi sim, sem escolhas, sem caminho, sem enxergar.

Queria a tua simplicidade.
Hoje eu a tinha, amanhã, não respondo por mim.

Dormes, um sono tranquilo do fazer a coisa certa,
enquanto me reviro inteira e jogo fora os quilos de análise,
as horas de sofreguidão,
os tubos de dinheiro,
os litros de lágrimas
que derramei,
por não ser do jeito que tu amavas.

pó.


Mk

Tudo está cauterizado para voce

Não tem estória.
Tudo está cauterizado.
Vivendo o seu romance.A Pessoa que voce ama.
Não faço questão de te esculaxar.
Te amo demais.
Voce fez questão de destruir tudo que poderia existir.
Pois assumo minha responsabilidade, loucura total.
Se faz de uma filha da puta.
Propriedade.
Ele cansou, está cauterizado,
ele vive um romance e ainda se acha no direito de te recriminar.
Tentei te vender a minha verdade.
Doida, aloprada.
Mais ajuda, compreensão, não terás nunca.
Ele não é cruel.
Vive um romance.
Andando pela rua.
A minha vida.
é isso que você faz.
Questão de trair.
Uma mulher louca e fazes dez vezes mais.
e vive um romance.

Então, amor tem mesmo prazo de validade.
O seu venceu.
O meu é eterno.
na saúde e na doença,
na alegria e na tristeza.

Para o resto de uma eternidade.


de longe,
te amando sempre.

quarta-feira, 26 de março de 2008

A banheira Branca

A banheira Branca antiga no centro da sala.
manhã de domingo, claridade entrando pelas janelas.

Uma casa incomum, um lugar escondido na serra e o silêncio que dói os ouvidos, uma mulher sozinha.

A entrada da casa era pela perna do L, duas portas, de madeira maciça, no centro delas, a altura dos olhos, duas janelinhas de vidro, um pequeno gradil de ferro. Abertas as portas, o pé direito alto, uns sete metros, do lado direito a escada com degraus "flutuantes" levava ao segundo andar, estruturas de ferro aparentes.

Ao lado esquerdo da entrada um cabideiro para colocar os casacos, mais adiante dois sofás um branco e outro preto, em ambos, almofadas vermelhas, um de frente para o outro, deixando livre o corredor, vinte passos sem nenhum objeto, chegamos ao encontro dos dois retângulos, neste vértice, ao lado esquerdo a parede inteira de vidro e a frente dela um piano de cauda, preto, fechado, e empoeirado. O único objeto que ela não tocava, não limpava e não esbarrava, apenas olhava, todos os dias ao se levantar. Ao lado esquerdo era possível avistar a outra parede em vidro. Pé direto mais baixo em função do segundo andar. Cinco degraus abaixo um vão de uns 6 metros de largura onde ficava a tal banheira, atrás dela uma estante cheia de livros, nenhum quadro nas paredes, apenas uma tela em frente a banheira, sem moldura, fixada com pregos, há tempos está ali, fora preparada por ela que dizia não ter achado a tinta certa para pintar, o que na verdade era uma grande mentira, faltava lhe a inspiração, faltava lhe a cena perfeita.

Cinco degraus subindo, era possível atravessar a casa, e chegar a cozinha, entre os cinco degraus descendo e os cinco subindo, onde a estante, a banheira e a tela se encontravam, formava se um buraco que invariavelmente quebrava o acesso direto a cozinha. Pois bem, passada a banheira, cinco degraus acima estava a cozinha com uma geladeira antiga, um fogão moderno, desses de resistência e uma mesa enorme, suas seis cadeiras, acompanhando a parede frontal a tal inteira em vidro. Logo, imaginando um retângulo, temos nas duas paredes opostas janelas de vidro, onde era possível visualizar da cozinha o piano, mas não podia se avistar a banheira, escondida no vão entre os dois comodos que mais pareciam um só.
Nos dias de sol, aquele buraco refletia como as miragens do deserto, como se fosse um lago.
E ela ao olhar, saía porta a fora a procura do que fazer.
Nesses dias, ordenhava vaca pela manhã, cuidava dos cavalos, inventava afazeres como reconstruir a ponte que levava a cachoeira, fotografava borboletas, selava o cavalo, subia no alto da montanha e verificava as cercas. Cuidava da horta a tarde, colhia pitangas, fazia tudo, e só retornava a casa quando o úlimo raio forte de sol se retirasse e desse lugar ao magenta no céu.'As vezes esperava do alto da pedra do sétimo véu, a cachoeira mais distante da casa, os tons de cinza brotarem e tomarem o teto com estrelas para retornar.

Assim, chegava em casa, deixava as botas de lama na soleira da porta, e subia direto para o quarto.

Banho frio, pantufas quentes, camisola de cetim, e o olhar a janela, do teto ao chão, que emoldurava a cama de ferro, o colchão em lençóis de algodão 140 fios, sem bordados, sem cheiro, apenas brancos e extremamente esticados, quatro travesseiros, sendo dois mais baixos, debaixo de um, o sachet de camomila. Da cama se avistava todo o bosque de araucárias, umas nove no total, uma pequenina, e outras oito em diferentes tamanhos, mas todas muito mais altas que aquela. Agora poderia descer, fazer um chá, pegar um livro, preparar algo para comer e aquietar.

As cortinas de organza fina, brancas, bege clarinho e tons variados de lilás, exatamente iguais as da sala, esvoaçavam com o vento que batia após a hora do almoço. As janelas eram abertas todos os dias nos mesmo horários, pela manhã antes do sol nascer por inteiro, fechadas e novamente abertas após o almoço até o fim de tarde quando eram fechadas para que os mosquitos não entrassem.
Nas noites de calor e nas noites frescas também eram abertas, e assim permaneciam até o dia seguinte, antes do sol nascer.

Os dias e as noites se passavam de acordo com os reflexos casa. Através deles, o ritmo de atividades mudava.
Dias de sol intenso e miragens, atividades externas e fuga, dias normais, escrever seu romance, taças de vinho tinto, dias de muito frio, banhos longos na banheira, chocolate quente com rum e lareira a noite toda.
Quando o frio realmente apertava, ela lembrava que estava só.
Já no calor, enlouquecia.

Sábado a noite, chovia, do alto de seus ombros era possível avistar as gotas que mais pareciam pedras de sal grosso, o barulho no telhado avisava, a noite que estaria por vir.
Deitada, com o teto a imaginar quantas pedras de sal poderiam furar o cimento, passava o tempo desenhando na mente o formato de cada gota que caía, as via rasgando suas pernas, os olhos semi cerrados se protegiam.
Sentia o formigar no peito, como quando se entra numa cachoeira cujos jatos d'água modificam a forma da carne e adormecem a alma num momento de agonia curta e relaxamento profundo. Alternava a brincadeira, gotas que infernizavam, pingos que acariciavam.

Ele chegou, no meio da brincadeira dela, mas não parece ter atrapalhado, os faróis piscam, desliga o motor e ela desce correndo as escadas.
Casaco nas costas e guarda chuva nas mãos, sai porta a fora.
Ele com um sorriso desconfiado nos olhos tem a face imóvel, a linha da boca, escaldada por uma superficie rija.
Marcada pelo tempo, do tempo que não se viam, do quanto não se sentiam e de tudo que não se sabiam.
Entram os dois, mudos. Os nervos escondidos, ramificados como árvores, agora mostravam a seiva cristalizada, o peso dos anos.
Sem saber o que oferecer e onde colocar o jogo de ombros, do colo agora exposto em sua camisola, ela se enverga para frente, quase corcunda, tentando esconder os seios, tentando olhar através das costas, o que claramente não era possível, de costas, prepara um café.
Ele indaga em pensamento, desde quando ela começara a tomar café? E até mesmo fazê - lo. - Ela nunca soubera.
Ela, olhar baixo, atravessado, a espera da reação dele.
Ao primeiro gole o silêncio é quebrado.
O café estava pior do que antes.
E ambos desatam a rir, a falar desesperadamente, palavras desconexas, frases rudes, se xingam.
Ela parte para cima dele atacando com socos e ponta pés. Derrubam todos os potes da mesa, a moringa de água gelada cai no chão e antes que acabem com a cozinha inteira. Param, se olham nos olhos estranhos, não se reconhecem.
Silêncio.
Começa tudo novamente, o não saber onde colocar as pernas, a testa levemente franzida, o seio escondido.
Seus cabelos, agora mais ralos ainda escondem a face masculina e incógnita.
Ela que deixara de fumar, acende um cigarro, ele se encarrega de abrir o vinho.
Não sabe onde ficam as taças. Abre os armários, o que invariavelmente a irrita.
Três garrafas de vinho.
O tempo necessário para o acerto de contas no vazio do ar.

Começou pela cozinha, o cheiro, tocando e derretendo,
sobre os olhos, os cabelos,
pelas coxas molhadas,
lambendo as feridas do tempo e o umbigo dele
a carne branca,
Na escada,o polegar molhado na boca,
dedos ávidos
As unhas cravadas, o sexo
o sangue quente
envolvidos por horas e horas
os rostos virados, sem palavras, só sussuros,
Ela precisava gritar, sem testemunhas, só o êxtase e o amanhecer.

Nada nunca, tinha sido tão vulgar, quanto os olhares dos dois.

Nos lençóis o cheiro de sexo

Na cômoda da sala, um móvel pequeno, verde água, com várias gavetas e puxadores em formatos variados, mas todos com borboletas, ou na forma ou no desenho. Umas quatorze borboletas coloridas. As cortinas balançavam e traziam borboletas amarelas e outras azuis, invadiam a casa. Aquelas aprisionadas no móvel, voaram.
Agora todas as cores dançavam uma sinfonia, entre as cortinas lilás, brancas e beges.
Era a cena da tela que há anos ela esperava.

A banheira Branca antiga no centro da sala.
manhã de domingo, claridade entrando pelas janelas.
reflexo no vão,
assim, ao som do piano tocado por ele,
nos ouvidos debaixo d'água, a voz grave e rouca
ela resolveu se matar.
As borboletas pararam de dançar,
apenas os pêlos púbicos e os longos cabelos dançavam na água.

Maíra Knox

terça-feira, 25 de março de 2008

BBBOIEI

Chego em casa depois de um dia cheio de trabalho
e espero alguém que possa me explicar o que a Pitty está fazendo no BBB.
Agora para dar ibope colocam roqueiras?
Espero que semana que vem não tragam a Rita Lee...

Televisão está ficando perigosa mesmo.

MK

domingo, 23 de março de 2008

P.S: acabo de descobrir que ele tem um blog.
Onde eu andei esses anos todos sem blog?
Vou ler no livro mesmo.

A brilhante idéia

Depois de ler dois contos eróticos, um poema do Neruda e o sono não vir, resolvi ligar a maldita Tv
Qual canal colocar?
Passo pelo GNT, matéria na Cidade de Deus, com duas famosas que não sei o nome, uma freira que não é mais freira e casou virgem, uns skatistas em takes separados. O que me fez lembrar o dia que fui cair sem saber na CDD.Numa festa junina que na verdade era um baile funk do meio dos prédios caindo aos pedaços e eu com meu joelho doendo. Isso porque uns três dias antes, tinha batido de carro com um amigo e estava de molho em casa, aí uma amiga me liga e diz - Vamos pra festa do meu trabalho ? - detalhe ela trabalhava em Ipanema.
Quando dei por mim, estava na linha amarela e cinco minutos após a constatação do destino do carro, lá estava eu batendo bundinha e comendo salgadinho frito.

No multishow, o final do tramavirtual, com uma banda, que por questões de privacidade, não revelarei o nome,
era o meu "amigo", que ontem deixou uma mensagem um tanto quanto "maldosa", se é que me entendem, no meu bloco de autógrafos de pessoas não famosas.
Ou seja, como disse a ele, ele não podia autografar, já estava famoso demais!

E tenho uma brilhante idéia. Dessas que só surgem 'as quatro da matina e sem nada pra fazer.
Mandar um e-mail para o Multishow.
Explicarei melhor.

Dia desses um outro "amigo", entre aspas, pois é a designação usada para pessoas que se conhecem em shows, esticam o drink no Diagonal, adicionam no orkut e depois no Msn, então, esse " amigo" me disse que soube que estavam querendo mudar a cara do Multishow e que procuravam pessoas de atitude. Logo, ele de cara lembrou da minha pessoa. A primeira reação que tive - Só se for pra entrar no lugar da Fernada Young - Irritando Maíra Knox
ele - Ela é do GNT!
- Ah tá, eu sei! ( o que era uma mentira, pois a minha frequencia televisiva não é capaz de ser base para saber a qual canal cada apresentador pertence)
E o papo continuou
- Sem chance, não poderia ser completamente dirigida, já basta a metamorfose que tenho que enfrentar no trabalho.
Legenda:Trabalho com Moda, mas como designer sou uma música frustrada.
-hahahaha
- Eu poderia realmente fazer um programa, nesse estilo talk show, mas no primeiro que fosse ao ar, várias pessoas íam querer me matar.
Ele- hahahahaha! Eu daria tudo para estar no Ar
Eu- Só por um bom dinheiro e mesmo assim, dependendo do que fosse...
Ele - pois eu apresentaria um programa que falasse de sexo dos mosquitos na.......
(não lembro o nome do lugar que ele citou, mas na minha memória algo que soa parecido com tanzânia)
erreesses e erresses a parte. Até que não seria uma má idéia.
E o papo foi pra outro lado, offline e ponto.

Uma pessoa de atitude. Mal sabe ele que escrevo que nem uma condenada, justamente pra não ter muita atitude.
Fumo dois maços, para gastar menos atitude. E odeio deitar no travesseiro e o sono não vir.
Invento mil projetos, só faço se for com tesão e por dinheiro faço também, mas fatalmente demora bem mais pra terminar.
Penso em ligar o computador e aproveitar para fumar mais um cigarro, apesar de já ter escovado os dentes.
Procuro meu bloco de anotações, assim posso registrar meus argumentos e enviar apenas amanhã.
Penso nos vários personagens que poderia ser através da linguagem, tipo, escrever um trecho começando por caro fulano de tal e terminando em atenciosamente, o padrão de e-mail profissional. Separar a mensagem e criar outro - olha só, o negócio é o seguinte. e terminando em P.S:Não sabia que a Fernanda Young não era do Multishow.
Pensando bem, essas coisas só funcionam com indicação, nem tenho nada gravado, não sou atriz e nem quero ser, só queria um fixo para poder escrever, assistir a todos os shows que quero e não ter tanta nóia de administrar o tempo pra todas essas coisas.Penso nas pessoas que poderiam me indicar, tem algumas, mas descarto tudo, não combinaria comigo, ligar para uma delas, algumas já tem uns seis meses que não falo nem no orkut, vulgo, site para assuntos aleatórios e vazios, onde todo mundo está sempre feliz para karalho, com k mesmo, ou kkkkkkk.
Volto a pensar que seria melhor mandar um e-mail mesmo, através do incrível portal Multishow, com todos os links, meu fotolog, que também não entro há um tempo, meu orkut, cheio de restrições para os "everyones", meus blogs e talvez até o Myspace semi abandonado.Esse seria o meu perfil.
E nada de achar o meu bloco para anotações noturnas.Minhas brilhantes idéias de argumentos para me vender seriam perdidas e emboladas em poucos segundos.
Ligo o computador novamente imbuída de um desejo, ou melhor, uma questão de atitude.
Mandar o tal e-mail.
Maçã N e Multishow no Google.
Não sabia nem por onde começar.
Banco de talentos.
Tentei ver o tópico seguinte ao cadastro de dados sem preencher nada.
Não sei se alguém já se cadastrou nesses sites, mas eles te pedem todos, todoooos os seus dados, e normalmente após você preencher tudo, o tópico seguinte não aceita o que você realmente quer escrever.Logo, para não ter que passar por isso, clico em avançar.
- O campo Nome é obrigatório
Desisto, não vou ficar dialogando com um padrão único e burro no computador, aí já é demais.
Volto a página principal.
fale conosco pode ser uma boa.
Mas ao ver o tamanho do quadradinho para dúvidas, críticas e sugestões, me sinto bastante ridícula, ao imaginar o tamanho do meu enorme texto que já estava todo formulado na cabeça.
Fuxico a programação do canal, afinal, é lá que vou trabalhar, tenho que saber quem são meus futuros colegas, até então só sei da Daniele num sei lá o que, que morava no meu prédio e chamava meu ex marido para festinhas na casa dela.
Programas
Bastidores, Circo do Edgard, Lugar in comum e por aí vai.
Música, rádio, blogs.
Fecho a janela e venho pra cá.
Escrevo essa baboseira toda e resolvo tentar Luiz Ruffato.
Afinal cinco cigarros já se apagaram.

MK