quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

uns dias

Existem dias que o simples fato de poder escrever qualquer merda e saber que nenhuma pessoa sequer e nem qualquer vai ler,
me fazem lembrar que a descrição dos meus suicídios continuam pendentes, meu site, cada dia toma um rumo diferente, dermatologista e todos os outros istas são uma classe que a há tempos não visito, salvo o dentista, pois desconfiei de um certo bafo causado pelas placas bacterianas ou tártaro, coisa que definitivamente não sei se tem diferença, as aulas de françês que não saem do presente, o quadro que não pintei para a sala nova, e os presentes de Natal que não fui comprar.
Para falar a verdade isso passou a importar menos de uns tempos pra cá.
Algo estranho realmente aconteceu, mesmo quando me sinto roubada nos roteiros de viagem que crio, nas falas impulsivas repetidas na boca de outro alguém, na droga do trânsito que `as vésperas do Natal é realmente desanimador, na padaria do lado da minha casa que cobra R$ 8,50 por um copo de requeijão.
Mesmo assim pago todos os preços que têm me cobrado por aí, e o melhor e pior de tudo, sem reclamar, nem por dentro tenho xingado ninguém.Falta uma certa irritação.

Até a Carla Bruni está no Brasil e como primeira dama da França, sobe o morro e a rádio anuncia que ela nos achou muito criativos.Nem essa fala me irritou.
O taxista perguntava de cinco em cinco minutos se era para seguir em frente, quando só tínhamos essa opção.
E nada, nem um pingo.
Ok, o sol do verão do Rio é um pouquinho irritante, mas nada que uma pequena mudança de rotina e planejamento prévio não resolvam.Sombrinhas para ele.

Queria poder contratar um profissional para fazer cada uma das tarefas que acabo desfazendo e colocando no final da fila com sabor de prioridade.

A oi me manda duas contas separadas, quando na verdade o meu plano deveria ser o "conta total" e me liga perguntando sobre o pagamento de uma delas, respondo com um: - Bom Natal!Quando eu conseguir achar a outra conta, eu pago, já que para poder organizar a minha vida, vocês me vendem um plano cujo o nome é Total e recebo contas Parciais.

O banco me acorda querendo saber se posso participar de uma pesquisa de política de relacionamento, respondo que sim, e mais uma vez a primeira pergunta é a mesma de outra ligação, que também já foi tema desse blog.
-Já respondi a essa pergunta, sinto muito, nada de novo novamente.

Será que é presente de fim de ano participar desse tipo de enquete?

Não compreendo, mas também não me irrito mais.
Os joanetes passam desapercebidos, até me parecem curiosos, dependendo da luz incidente, quase bonitos.
Os cinco quilos a mais me fizeram usar mais vestidos, ah, e como é bom não vestir mais jeans sempre tendo que colocar uma blusa longa para esconder a calcinha.
O papel de parede, que foi a primeira coisa que quis tirar, anda em perfeita harmonia com alguns adesivos e o bandô de flores demodê.

Os amores ficaram em seus devidos lugares, guardados e vivenciados quando existe oportunidade.

Talvez seja por não ter mais televisão, microondas e máquina de lavar, ou de uma maneira mais poética, talvez sejam os amigos que pela seleção natural da vida que eu quis, tornaram-se mais escassos e tão presentes em qualidade.

O fato é que nesse ano que termina e um outro começa, desejo menos irritação e mais amor.
Tem dado certo para mim!

MK

2 comentários:

Mr. Fox disse...

Hey girl,

great essay, inspirational. I hope you are having a great time wherever you are.

Lots of love,

UKA

Julieta disse...

eu li esse quando vc mandou aquele email de fim de ano e acabei não comentando. Achei tão bonito que queria te desejar exatamente a mesma coisa. Vim reler de novo e estava toda a beleza aqui de novo, que bom!