segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Com quanto amor se faz um pouquinho mais de amor?
Sonhei que conversava, questionava Henry Miller a beira de um rio e era mais ou menos assim:

- Como vamos fazer para o homem e a besta viverem em paz e harmonia?
- Pare de considerar o homem por suas terríveis explosões, isso é somente a força da vida.
- Mas a vida vai ser mesmo assim, com esse punhado de sangue que escorre nas mãos de tanta violência?
- Já tentou observar os rios?
- Não me venha com essa de rios, mares e pororocas, até porque a maioria deles circula por aí suja...
- Vais continuar respondendo com provocações?
- Ok, nos acalmaremos.
- Então, se não queres imaginar os rios, pense na energia e atmosfera sexual...
- Ih, agora complicou! Pernas e braços bem abertos num caminhar de consumo? Vejo tanta sujeira
- Você não fica excitada com o soluço e choro de uma mulher que implora por amor?
- Nunca parei para pensar nisso, mas acho que não, minha excitação passa por luzes e o movimento delas.
- Troque os seus espelhos, troque-os já!

Me embaralhei nas falas todas, não matei ninguém em meu sonho de hoje e percebi que realmente na minha solidão estava vagando por uma beira de rio. Eram águas claras, transparentes, mas sempre revoltas.

"Nunca houve um sonho esplêndido demais, deslumbrante demais, para se encaixar na imagem da realidade"