quinta-feira, 29 de maio de 2008

Ring of Fire not anymore

Depois de meia hora tentando fazer a droga da internet "pegar", digo isso pois tenho pavor desse sistema wifi que simplesmente não funciona bem aqui na minha casa, não sei se a culpa é das malditas paredes feitas de concreto, ou da droga do provedor que pago por mês e que volta e meia tem vontade própria e não funciona.
Coisas inexplicáveis da tecnologia.
Pois bem, descubro no dia-a-dia que alguns seres entram no meu blog, e mortais que são, acham que escrevo sobre minha vida.Descubro, através de desaforos que escuto, e-mails malcriados, e-mails concordando, como se esse fosse um espaço politico, pseudo amoroso e pessoal.
Pois bem, escrevo muito sobre mim sim, mas metade ou quase, é uma grande distração e a brincadeira é justamente essa, vide primeira postagem.E me estranha que os comentários não sejam feitos aqui.
Um específicamente, descobri que é meu leitor assíduo.Imagina pelas palavras escritas aqui, tudo que faço, tudo que como e com quem transo.E ainda me diz - Pra que serve uma porra de Blog onde você fica dando uma de piranha!
Querido neurótico versão simplificada, hoje escrevo para você, e lanço o desafio.
Será que saberás decifrar o que estou falando para você, ou o que falo para mim, ou o que falo para o cachorro magro da esquina?
Queridos leitores assíduos neuróticos.Não dou uma de escrever diários, ou espelho, espelho meu.Tenho espelho em casa e definitivamente não é na internet que me materializo.
Há tempos não respondo a uma provocação, mas hoje não pude resistir.
Algumas pessoas nunca se contradizem, e eu sou atacada o tempo inteiro por você, pois me contradigo.
E é assim que vai ser. Como disse meu amigo Thiago Ennes, parafraseando Paulo Francis, só as pessoas inteligentes se contradizem.

Alguns dizem, gostas de uma confusão, de onde vem tanto maluco na sua vida, ou, vai ser pára-raio assim lá na China. Bruno Porto que me espere, mas acho que a China está cada vez mais próxima de um dos lugares que quero invadir, quem sabe a torre do pára raio não funcione lá.
Pois o Rio de Janeiro está infestado de malucos!
Foi só chegar nessa cidade que meus rins surtaram e não me dão descanso há duas noites, contando com essa que começa agora, três.
Algo de estranho nisso não?
Não acredito em fugas geográficas, mas que existem lugares que foram feitos sob encomenda, acho que poucas pessoas discordam. Não sou adepta de fugas geográficas e nem de fugas das palavras que saem de minha boca. Não fujo do que sou, sou isso aí e ponto.
A maluca sou eu, a essa hora, deixando de lado "O Matador", justamente quando Máiquel caí nas mentiras de um casamento, para abrir o computador e espumar com a sua provocação. Depois de todas as ligações, lí seu e-mail. E achei muito bonito, belíssimas palavras, porém escritas para a pessoa errada, aliás, posto aqui também a versão original da música que você me mandou, deverias saber que na maioria das vezes gosto dos originais. São raras as segundas ou terceiras versões boas. Outro dia por exemplo, ouvi Nouvelle Vague cantando Too Drunk to Fuck e apesar de bem bonitinha e sensual, Dead Kennedys tinha bem mais veracidade.E o que são os gritinhos no final? Definitivamente não convenceu.
Meu trabalho vai muito bem obrigada por perguntar.
Minhas sessões de análise estão menos frequêntes e surtem efeito, aos poucos, apenas o suficiente para não deixar o ácido de meu estômago corroer minha víceras.
Meu cabelo morreu de tanta tinta e não me importo tanto com isso.
Meus amigos vão bem também, sim, eu os tenho, são alguns e verdadeiros, obrigada por também perguntar.
Romances? Todo mundo os tem, nem que sejam imaginários, nem que sejam na lembrança, ou num copo de vodka.
E nada de depressão profunda.Dei um tempo, disse a ela, chega disso que agora estou muito ocupada!
O amor passou no nosso ouvido, mas para você ficou preso no resto do que não é amor.
Estou numa nova estória e achei que poderías continuar, em outro papel, nela.
Esquecí que apenas um personagem podes viver.
Chegamos então ao xis da questão, não sou uma, e dificilmente serei.
Continuo fumando as guimbas de cigarro quando meu maço acaba, mas não temo mais o vosso julgamento.
Sou isso aí! Com muito custo e com muito prazer.
Agora me dê licença que quero saber o que a Érica vai fazer com a Cledir e o porco que eles têm em casa.
De qualquer maneira, agradeço a sua atenção e o seu amor maluco.


P.S. Obrigada Julia Wahmann, a única leitora que tenho que comenta aqui e não no meu ouvido! ( blog dela é muito bom, bem melhor deste que andas lendo)
P.S. 2 - I fell in to a ring of fire... uma vez, talvez mais, porém não acho que o Love needs to be a burning thing
Mas continuo gostando da música, afinal, é música, poesia, criação e ponto.


domingo, 25 de maio de 2008

Salvação momentânea




Diário truncado _ friday

Acordando lentamente,
percebo que não posso comentar esse dia.

Pequenas palavras
Quesadilla e muitas mãos atacando.
Caminhar na chuva.

Fazer esperar,
as portas estavam abertas.

As coisas mudam, outras...

Aquele que te descreve bem,
nem sabe do que fala.
Fez mestrado em bares e escreve coisas bonitas.

Só se esqueceu de sentir
esqueceu, ou não teve tempo pois estava muito ocupado em prencher seu vazio.
Ocupado com rimas, melodias.
Em tentar matar o tédio,
se perdeu
na satisfação,
nos atos vazios.

Sem tempo de voltar
muito bom,
dessa vez não fui eu.

Eu volto a minha escuridão de olhos abertos.
Os outros voltam as mesmas

E nessa luz negra
permaneço
intacta,
sem adeus.

Prefiro os olhos arregalados
O amor não é um jogo de perdas.

No way

Ok Honey,

no words,
no smells,
nothing else

I like that you are writing
but not about drinking vodka.

You said
drink tea

and I say
no way

I will hold on to the piece of your heart.
I will take good care of it,
but it is not tea time

you should know
the birthmarks that are my trademark
You should know
that i m moving fast

If he don t smile or smoke
I ll not be the one who never looks up

I smile at your answer
I ll make it easy
waiting for you to come back

Times is on my side
making me think
for many times I've tried

The wrong
The right
The no one

He leave me laughing
he wants to be loved
And i want to be free

I must shriek
smoking, drinking and smiling
suffering the atrocity of the murderers
i wish it dead or away
cause i found my way

Taking always the left
no matter why
and where
i ll be there

in his honor
a bottle of vodka
and a packet of cigarettes
with all my love

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Be Impeccable with your word

Silêncio!
Não mate com palavras o que tenho para te olhar

Nos maxilares dormentes de quem muito fala
um espaço para ouvir
um tempo, sem pressa, de contemplar.

Não escreve poesia.
Não fala coisas bonitas

Ela fala demais,
bebe demais,
trepa demais.

Num pulo de falas ele chega de manso
come pelas beiradas as vogais do seu sono,
invade o corpo com a língua,
e a alma com o olhar triste.

Treme inteiro
será verdade?

Ela acreditou.



"Why your word? Your word is the power that you have to create.Your word is the gift that comes directly from God.Through the word you express your creative power.What you dream, what you feel, and what you really are, will be manifested through the word."

The Four Agreements - Miguel Ruiz

The Indian Food


Há mais de ano que penso em escrever sobre esse lugar.
The Indian food em Williamsburg.

A porta de entrada denuncia.
Os arranjos de casa mesa, em pequenas flores sem cheiro.
Os pratos de metal, aquele metal antigo, com bordas desenhadas.
Nas três tijelinhas, uma tomate e cebola, na segunda molhinho apimetado verde e a terceira o adocicado.

Dessa vez fomos atendidos por um novo indiano, mais jovem, mais falante, sem tanto sotaque.
Mas igualmente fofo.
O garçom mais antigo trajava o mesmo paletó e gravata de sempre.
As bochechas redondas e os dentinhos típicos dos indianos que vejo por aqui.

Pra começar, a orgia alimentar, a inesquecível Samosa, vinho tinto e copos de água.
A cada aparição do garçom meus pensamentos partem diretamente para a India.
Imaginando a casa que a família deixou, os pratos de metal que trouxeram e as esperanças da nova vida longe de sua terra.

Os pedidos, mesmo com sabores diferentes, em sua maioria tem a mesma escala de cor, do ocre ao terracota, salvo os verdes berrantes da Samosa. Bown rice sempre e o pão de vento como gosto de chamar.
A luz pequena, velas nas mesas e conversas em meio tom.

Acho incrível que se possa comer tão bem pagando tão pouco e sentindo todas essas sensações.
A magia do lugar está no guardanapo cor salmão, nos pratos de metal, no sorriso tímido do velho indiano, nas flores de tecido, na mistura de erva doce para limpar os dentes.



Quando as coisas mais cafonas do mundo conseguem ser as mais belas.
Para um lugar cafona, só uma frase cafona:

Nossas raízes nunca serão arrancadas da alma.
Amém!

Falling Slowly

Diário truncado

Quarta-feira, dia sei lá qual.
Hora de desligar das pendências e partir rumo ao conhecido mais desconhecido de todos.

Dessa vez o lado Leonina ficou de lado e fui pro aeroporto de taxi.
Ninguém me levou.
Não teve aflição pré flight.
By my self e bem confortável com isso.

As frases compridas em portugues me fogem.
Díficil raciocinar em longos períodos com todas as vírgulas, parenteses e entrelinhas.
Quando se escreve sobre um dia que já passou, fica difícil lembrar a ordem dos acontecimentos.
Só ficam os flashes, os olhares e as cores.
e a primeira música a tocar no avião parecia ser uma encomenda.Era a nossa música.
Cabia perfeitamente no tamanho da minha excitação.
Mais uma strange e inexplicável coisa no ar...

Algumas horas encolhida e engolida pela poltrona desconforttável, foi o voo mais curto de todos.
Sem aquelas malas gigantescas, apenas o necessário, ele disse.

Quinta-feira

Atlanta por algumas horas e a area de fumantes estava repleta de soldados americanos e seus muitos cigarros.
-Hey guys thanks for all!
Entrou no restaurante uma daquelas americanas negras, lindas, e disse aos rapazes recém saídos da adolescência.
Nunca fui a favor de guerra, mas me pareceu poético, todos aqueles meninos, acreditando numa causa, mesmo que fosse uma causa doentia e covarde. Como os pensamentos de uma fumante podem ficar turvos após 12 horas sem fumar!

Conheci uma mulher de meia idade, seus 50 anos, fumava um cigarro atrás do outro e muito simpática perguntou se no Brasil realmente existia toda aquela floresta.
O que me recordou a primeira vez que saí do Brasil, e um cara da Austrália perguntou se nós vivíamos em casas de árvore.
E eu na minha brincadeira adolescente fiz ele creer que comia banana o tempo todo.Só para alimentar suas fantasias.
Pois bem, naquela época a tal globalização não tinha invadido nossas casas.Era até perdoável.

De qualquer maneira, ela, cujo nome me foge a mente, era extremamente agradável, fumamos juntas por horas.

Um cochilo de uma hora e lá estava a vista perfeita.
A costa do estado de New York.
Meu GPS meio bichado ativado, meia hora a mais estaria fora daquele ar condicionado e feliz da vida!

Como fazer um diário sem os detalhes?

Os detalhes, uma camiseta surrada e uma calça super bem cortada e o sorriso de enfim.
O sorriso sem culpa, sem mágoa, sorriso de coração aquietado pelo céu de rever a incompletude.

Poucos momentos me senti tão em casa como em Williamsburg.
North 5 e corpo de lugar nenhum.

Cheguei aonde eu queria.
Mal sabia todas as surpresas me que me aguardavam.

P.S.Realmente só meninas boas fazem diário. As más não têm tempo para isso!




Andei ocupada vivendo!