sexta-feira, 23 de maio de 2008

Diário truncado

Quarta-feira, dia sei lá qual.
Hora de desligar das pendências e partir rumo ao conhecido mais desconhecido de todos.

Dessa vez o lado Leonina ficou de lado e fui pro aeroporto de taxi.
Ninguém me levou.
Não teve aflição pré flight.
By my self e bem confortável com isso.

As frases compridas em portugues me fogem.
Díficil raciocinar em longos períodos com todas as vírgulas, parenteses e entrelinhas.
Quando se escreve sobre um dia que já passou, fica difícil lembrar a ordem dos acontecimentos.
Só ficam os flashes, os olhares e as cores.
e a primeira música a tocar no avião parecia ser uma encomenda.Era a nossa música.
Cabia perfeitamente no tamanho da minha excitação.
Mais uma strange e inexplicável coisa no ar...

Algumas horas encolhida e engolida pela poltrona desconforttável, foi o voo mais curto de todos.
Sem aquelas malas gigantescas, apenas o necessário, ele disse.

Quinta-feira

Atlanta por algumas horas e a area de fumantes estava repleta de soldados americanos e seus muitos cigarros.
-Hey guys thanks for all!
Entrou no restaurante uma daquelas americanas negras, lindas, e disse aos rapazes recém saídos da adolescência.
Nunca fui a favor de guerra, mas me pareceu poético, todos aqueles meninos, acreditando numa causa, mesmo que fosse uma causa doentia e covarde. Como os pensamentos de uma fumante podem ficar turvos após 12 horas sem fumar!

Conheci uma mulher de meia idade, seus 50 anos, fumava um cigarro atrás do outro e muito simpática perguntou se no Brasil realmente existia toda aquela floresta.
O que me recordou a primeira vez que saí do Brasil, e um cara da Austrália perguntou se nós vivíamos em casas de árvore.
E eu na minha brincadeira adolescente fiz ele creer que comia banana o tempo todo.Só para alimentar suas fantasias.
Pois bem, naquela época a tal globalização não tinha invadido nossas casas.Era até perdoável.

De qualquer maneira, ela, cujo nome me foge a mente, era extremamente agradável, fumamos juntas por horas.

Um cochilo de uma hora e lá estava a vista perfeita.
A costa do estado de New York.
Meu GPS meio bichado ativado, meia hora a mais estaria fora daquele ar condicionado e feliz da vida!

Como fazer um diário sem os detalhes?

Os detalhes, uma camiseta surrada e uma calça super bem cortada e o sorriso de enfim.
O sorriso sem culpa, sem mágoa, sorriso de coração aquietado pelo céu de rever a incompletude.

Poucos momentos me senti tão em casa como em Williamsburg.
North 5 e corpo de lugar nenhum.

Cheguei aonde eu queria.
Mal sabia todas as surpresas me que me aguardavam.

P.S.Realmente só meninas boas fazem diário. As más não têm tempo para isso!




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