sexta-feira, 23 de maio de 2008

The Indian Food


Há mais de ano que penso em escrever sobre esse lugar.
The Indian food em Williamsburg.

A porta de entrada denuncia.
Os arranjos de casa mesa, em pequenas flores sem cheiro.
Os pratos de metal, aquele metal antigo, com bordas desenhadas.
Nas três tijelinhas, uma tomate e cebola, na segunda molhinho apimetado verde e a terceira o adocicado.

Dessa vez fomos atendidos por um novo indiano, mais jovem, mais falante, sem tanto sotaque.
Mas igualmente fofo.
O garçom mais antigo trajava o mesmo paletó e gravata de sempre.
As bochechas redondas e os dentinhos típicos dos indianos que vejo por aqui.

Pra começar, a orgia alimentar, a inesquecível Samosa, vinho tinto e copos de água.
A cada aparição do garçom meus pensamentos partem diretamente para a India.
Imaginando a casa que a família deixou, os pratos de metal que trouxeram e as esperanças da nova vida longe de sua terra.

Os pedidos, mesmo com sabores diferentes, em sua maioria tem a mesma escala de cor, do ocre ao terracota, salvo os verdes berrantes da Samosa. Bown rice sempre e o pão de vento como gosto de chamar.
A luz pequena, velas nas mesas e conversas em meio tom.

Acho incrível que se possa comer tão bem pagando tão pouco e sentindo todas essas sensações.
A magia do lugar está no guardanapo cor salmão, nos pratos de metal, no sorriso tímido do velho indiano, nas flores de tecido, na mistura de erva doce para limpar os dentes.



Quando as coisas mais cafonas do mundo conseguem ser as mais belas.
Para um lugar cafona, só uma frase cafona:

Nossas raízes nunca serão arrancadas da alma.
Amém!

Nenhum comentário: