sábado, 22 de dezembro de 2012

|S| http://www.youtube.com/watch?v=oGhL_1tdWmE&feature=youtu.be

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Da série desabafo filosófico de quinta, ops quarta: Para algumas pessoas podemos dizer - Sim, vamos juntos! Já outras, é melhor avisar - Vai indo que quando você estiver chegando te alcanço.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Ode ao gato Os animais foram imperfeitos, compridos de rabo, tristes de cabeça. Pouco a pouco se foram compondo, fazendo-se paisagem, adquirindo pintas, graça vôo. O gato, só o gato apareceu completo e orgulhoso: nasceu completamente terminado, anda sozinho e sabe o que quer. O homem quer ser peixe e pássaro, a serpente quisera ter asas, o cachorro é um leão desorientado, o engenheiro quer ser poeta, a mosca estuda para andorinha, o poeta trata de imitar a mosca, mas o gato quer ser só gato e todo gato é gato do bigode ao rabo, do pressentimento à ratazana viva, da noite até os seus olhos de ouro. Não há unidade como ele, não tem a lua nem a flor tal contextura: é uma coisa só como o sol ou o topázio, e a elástica linha em seu contorno firme e sutil é como a linha da proa de uma nave. Os seus olhos amarelos deixaram uma só ranhura para jogar as moedas da noite . Oh pequeno imperador sem orbe, conquistador sem pátria, mínimo tigre de salão, nupcial sultão do céu das telhas eróticas, o vento do amor na intempérie reclamas quando passas e pousas quatro pés delicados no solo, cheirando, desconfiando de todo o terrestre, porque tudo é imundo para o imaculado pé do gato. Oh fera independente da casa, arrogante vestígio da noite, preguiçoso, ginástico e alheio, profundíssimo gato, polícia secreta dos quartos, insígnia de um desaparecido veludo, certamente não há enigma na tua maneira, talvez não sejas mistério, todo o mundo sabe de ti e pertences ao habitante menos misterioso talvez todos acreditem, todos se acreditem donos, proprietários, tios de gato, companheiros, colegas, discípulos ou amigos do seu gato. Eu não. Eu não subscrevo. Eu não conheço o gato. Tudo sei, a vida e o seu arquipélago, o mar e a cidade incalculável, a botânica o gineceu com os seus extravios, o pôr e o menos da matemática, os funis vulcânicos do mundo, a casca irreal do crocodilo, a bondade ignorada do bombeiro, o atavismo azul do sacerdote, mas não posso decifrar um gato. Minha razão resvalou na sua indiferença, os seus olhos têm números de ouro. Pablo Neruda

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Carambolas, está todo mundo Obama hoje? Tenho a ligeira impressão de que mais da metade não acompanha nada sobre isso. O que comprova a minha tese de ser-humano-bovino. Um boizinho começa a correr para um lado, os outros desavisados vão juntos. Fiquei parada na sombra esperando o rebanho passar para entender...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O povo anda dizendo: festa em clima artsy, só te visito depois da novela, estou stalker (what?), como assim você não conhece o maracangalha? Acho digno (detalhe: para tudo), ela é uma celebrity chef! Ando me sentindo em páginas da Vogue Brasil volta e meia. Será que não rola um mix Bravo / Super Interessante / Livro de receita / edições antigas da seleções reader' s digest / biografia de um roqueiro falido / fui catar coco no coqueiro. Estou cansada, toparia um papo bula de remédio fácil hoje. Em tempo: bem bonitas as telas do Luiz Zerbini no Mam!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Pica-paus um tronco poema feliz muitos risos e bicos abertos para seus olhos fixos um astronauta pousou da terra para os céus invisível em seu ninho. um passarinho ronronador avistou o astronauta e seu capacete. sem antecipar o significado, olharam- se, apenas a existir. um tronco poema ficou por um triz. a primeira e última essência trouxe a natureza ao pé de ti. retornarei a janela a escancará-la, pedirei silêncio aos guardadores mesmo com as arvores nuas. lá descansam anjos um macho de topete vermelho e outro de olhos cor de mel. ainda bem, os pássaros machos se reconhecem e as fêmeas saem por aí, batendo pés e asas todas prosas, admirando seus feitos. 17 SET 2012

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Oração de uma sexta-feira: Deus da programação noturna de shows animados, fazei com que dois ou mais shows não aconteçam nas sexta-feiras. Pelo sinal do santo P.A, livrai-nos, Deus da música e meu senhor, das pessoas chatas que circulam em eventos weekendianos, falando alto durante shows, lotando os lugares, causando filas, todas com hormônios enclausurados, prestes a explodir. Mic nosso que estais ligado, santificado seja a vossa lista amiga, vem a nós poucos convites de eventos no facebook, seja feita a vossa seleção assim na caixa de e-mail como no inbox. O espaço a frente do palco nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai Jorge Ailton que manda mensagem do murinho da urca, enquanto trabalho. Assim como nós perdoamos as latas de cerveja nas mãos daqueles que trabalham durante a semana toda e só saem às sextas-feiras e os outros músicos que viajam a trabalho em dias como este, Thaís Motta. `Aqueles a quem ligamos `as 4 da manhã, Lancaster Pinto e Luiza Souto, não nos deixei cair em tentação, e "livrai-los" do toque de celular. Aos que ligam na madrugada do celular de outros, Juliana Colussi e Giulia Borges que não percam seus aparelhos. A vós, programador de shows, recorro, cheia de confiança, e solicito o vosso patrocínio. Pelo laço sagrado de caridade que vos uniu às rugas que brotam abaixo de meus olhos. Amparai a cada um de nós, principalmente Cris Barreto, que está de férias, com o vosso constante patrocínio, a fim de que, sustentados com o vosso auxílio, possamos assistir a shows virtuosamente, sem estresse, socos e pontapés do baladeiros de fim de semana. E quem sabe até encaremos um karaokê. Salve as segundas, terças, quartas e quintas-feiras, mães da misericórdia de quem odeia lugar cheio e gosta de respirar entre uma música e outra. Eu me ofereço inteiramente toda a vós e em prova da minha devoção para convosco. Pois Nouvelle Vague, Banda Black Rio e Zé Ramalho no mesmo dia é excesso. E o mundo está excessivo demais!Amém

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

AP: Sem entender a revolta facebookiana com o texto da Danuza. Também acho a pobreza urbana agressiva, aos olhos, aos ouvidos e ao coração. Seja no Largo da Carioca, na CDD, ou nas ruas de NY. Não digo isso pelo o uso de shorts e sandálias de dedo, e sim pela rotina das grandes cidades. Todo mundo trabalha demasiadamente, enfrenta um transporte público ineficiente, se alimenta mal, sim, porcaria fast food (o Mc está sempre cheio no Saara) para poder comprar um monte de coisas das quais não precisamos em 12 vezes nas casas Bahia. Daqui há pouco não poderemos mais falar que existe pobre no Rio de Janeiro

domingo, 29 de julho de 2012

Quem tem muito para dar anda se assustando com a economia dos outros. Povo economiza palavras, faz conta de abraço, tem medo de pacotes, Não leio mais o caderno de economia no jornal da minha vida, fico com o segundo caderno e classificados.

sábado, 21 de julho de 2012

Da série vivendo no Rio de Janeiro como se estivesse em NY: "Você vai à lavanderia igual aquelas de NY, de ficha e tal?" minha mãe pergunta. " Sim, a parte da ficha é igual, só fica faltando um cara gato lavando suas roupas no mesmo momento e lendo ao seu lado!" Concluo que estou em Botafogo.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ontem ao participar de uma conversa com o candidato a prefeitura do Rio listei alguns dos pontos altos, algumas de suas respostas e acrescento algumas de minhas impressões: Cultura: "Nossa cultura vai além dos grandes espetáculos" falou sobre a importância da democratização do acesso à cultura. Cultura é cidadania, desenvolvimento humano e não apenas grandes espetáculos. A Sociedade civil como parceira para o planejamento de políticas culturais integradas ao desenvolvimento socioeconômico. Falou sobre os Pontos de Cultura e a importância dos mesmos. No programa de governo lista a necessidade de uma política cultural para a infância. Transporte / trânsito: Eduardo Paes diz que "nos últimos quatro anos, com os corredores Trans, o BRS e o Bilhete Único Carioca, a cidade vem assistindo à maior transformação das últimas décadas, integrando a cidade como nunca antes na história. Com uma nova rotina e com menos tempo nos deslocamentos, os cariocas agora sabem o que é um transporte de qualidade, com ônibus circulando em faixas exclusivas e pontos de parada organizados." Queria saber qual carioca sabe o que é transporte de qualidade. Só se for o morador de Santa Cruz com charrete, que ao menos sabe o que esperar do cavalo. Ou o carioca que vai a Paris e NY onde o metrô realmente funciona. Freixo falou sobre o projeto do metrô e a realização da linha 4. A maneira autoritária com a qual o governo se relaciona com a execução do projeto. Onde as associações de bairro e moradores da cidade não têm poder de decisão e apenas uma falsa escuta. A linha 1 terá condições de suportar o aumento de demanda provocado pelo seu próprio crescimento e pela linha 4, sem contar o compartilhamento de trilhos com a linha 2 ? Freixo apontou a redução do valor da passagem de ônibus. Uma vez que a criação de corredores possibilita redução de gastos por parte das empresas de ônibus. Atualmente existem os corredores, mas a redução da passagem não ocorreu. Sobre a Guarda Municipal, falou sobre a necessidade de restabelecer o papel da Guarda Municipal como agente e fiscalizador. Saúde: Segundo o próprio Ministério da Saúde em relatório sobre o Índice de Desempenho de Saúde a capital do Rio aparece em último lugar em relação aos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Freixo é contra a terceirização, privatização dos profissionais adotada pela atual política da secretaria de saúde feita através das OS. Propõe a convocação de concursos públicos e elaboração de um Plano de cargos e salários para os funcionários das diferentes categorias da Saúde afim de priorizar os recursos humanos e não apenas belos hospitais com tvs de plasma. Ficou claro que ele é contra o recolhimento de moradores de rua e usuários de crack da maneira que é realizado atualmente, sugeriu inclusive que fosse veiculado um registro do que acontece após o recolhimento destes com destino aos abrigos. Para onde vão as pessoas que são recolhidas? Qual a transformação nas vidas dessas pessoas? " Os usuários de crack não estão nas ruas por conta do crack e sim usam pois estão nas ruas." Ao pesquisar a síntese e diretrizes gerais do programa de governo, me chamou a atenção um ítem que fala da Saúde mental e a necessidade de acabar com o recolhimento e internação compulsórios para implantar consultórios de rua e de redutores de danos. Nise da Silveira ficaria feliz, creio. Educação: Plano pedagógico padrão adotado em diferentes comunidades não funciona. Segundo Freixo, como seria possível adotar o mesmo formato de ensino em comunidades tão distintas como o Complexo da Maré e a Rocinha? Disse que não somente por ser favela deve ser olhada da mesma maneira e que um plano pedagógico deve ser realizado observando e dialogando com a cultura e as necessidades de cada região. O respeito a autonomia pedagógica do professor também foi enfatizado. Mais uma vez falou sobre a necessidade da elaboração de Plano de carreira, com salários progressivos por tempo de serviço e valorização por formação. Posição em harmonia ao discusso adotado na Saúde. Foco no resgate a dignidade dos profissionais envolvidos na área. Sobre as olimpíadas e o os investimentos futuros na cidade: Qual o legado o Panamericano deixou? Usou um exemplo básico. Temos atualmente dois campos de golf que poderiam ser adaptados às normas técnicas para receber os jogos olímpicos. Mas o que o governo atual propõe? Contruir um campo de golfe. Exemplo que em primeira instância soa inocente, mas reflete claramente a posição do candidato à utilização da verba destinada à realização das olimpíadas. Campanha: Optaram por não realizar alianças políticas que inviabilizem a maneira de governar proposta. Enfatizou também a necessidade da escolha de uma câmara de vereadores melhor. Falou sobre a participação no programa do Juca Kfouri, onde fui multado por participar do programa, acusado de campanha. E nessa primeira semana da abertura oficial da campanha já assistimos ao Eduardo Paes inaugurando obras ao lado de Dilma. Provavelmente a disputa pela a prefeitura do Rio será mais uma vez suja, o valor estimado da campanha do Eduardo Paes: 25 milhões. E só consigo pensar em quantos discos de novos compositores poderiam ser gravados, quantos projetos de circulação de artistas poderiam ser realizados, quantos festivais populares, quantos grupos que participam do programa Pontos de Cultura produziriam e disseminariam cultura com uma pequena fatia dessa verba. Fazendo uma análise rasa de quem não acompanha a política do governo como deveria, ao abrir os dois sites, do atual prefeito e do candidato Marcelo Freixo, já na linguagem estética adotada e no conteúdo exposto fica claro que um, trata-se de plano marketeiro destacando obras e belas fotos enquanto o outro apresenta programa de governo detalhado, convite a participação popular nas decisões da nossa cidade. Então, hoje, ao invés de convidá-los a algum show, convido: visitem os dois sites

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Barbudagem no meio da música

Há tempos escrevo em meus cadernos impressões, registros, divagações sobre artistas musicais. O fato é que tenho alguns vícios, e um deles é abrir os ouvidos ao que os outros estão cantando, tocando, sacudindo. Em palquinhos, palcões, ladeiras do rock, saraus, por onde houver música. Muitas vezes acabo trancando esses pedacinhos de sensações nos meus esconderijos rabiscados, por preguiça, por achar que existem críticos demais por aí, falando bem, mal, analisando o som, o repertório, a afinação, a presença, o carisma e blá blá blá... ou, por ter cada vez mais a certeza de que uma opinião, é só uma opinião que pode muito bem ser gasta na mesa de um bar e ponto. Passada a crise por gostar tanto de pesquisar música, digo pesquisar para aliviar a sensação de que não estou trabalhando, me aceitei como adicta de música e de shows. Ontem fui ao show da Adriana Calcanhoto, e acabei puxando a ponta da toalha de uma discussão que é recorrente. Barbudagem X Tradicional ( Nem sei ao certo se seria esse o termo, mas, algo popular, conteúdo musical aceito por músicos experientes, que não são taxados de modernos.) Brincamos, entre amigos músicos, que uma banda barbuda deve ter ao menos uma pessoa usando óculos ray-ban (wayfare de preferência) uma camisa xadrez, e ter algum istrumento "brinquedinho" de criança. Banda Moderna, com conceito estético pensado, algumas músicas e letras estranhas, vez por outra fofas. Talvez o monsieur Gastão possa explicar melhor o termo, na questão musical, eu, consigo detectar bem apenas o visual e um ou outro acorde. Voltando ao show: No palco Adriana Calcanhoto lançando o DVD "Micróbio Vivo" cercada de três músicos excelentes, barbudos ou não, Davi Moraes (violão, cavaquinho), Alberto Continentino (baixo acústico) e Domenico Lancellotti (bateria). No repertório, algumas músicas que me chamaram a atenção: "Mais perfumado", "Já Reparô?( que no meu pequenino querer, adicionei ao playlist), as duas músicas da própria Adriana. "Esses Moços" do Lupicínio Rodrigues, "Argumento" do Paulinho da Viola. Alguma coisa ela tem, que me traz a impressão de uma certa cortina, não é dessas cantoras expostas, mais reservada, porém tem um quê de inquietação, usou secador de cabelo para descabelar as partituras, e manteve os seu cabelos presos num penteado perfeitamente "geloso", sacodiu xícaras, raspou pratos, tirou som de onde não se esperava, como quem diz ao público, nas palavras do Paulinho da Viola -"Sem preconceito ou mania de passado Sem querer ficar do lado de quem não quer navegar". Naveguei. Foi um bom show. Eu não sou do samba e vou ao samba, eu não sou do maracatu, mas balanço os ombrinhos, não sou fã da Calcanhoto, mas me diverti, sendo ela moderna ou não. Se assitiria novamente, não sei, também, não importa, uma opinião é só uma opinião, esperem pela hora do chá! Só acho que já passou da hora de nos libertarmos desses conceitos de onde você pode ou deve circular, do que você deve ou não escutar. Me incomoda sim, dizer em uma roda de amigos cools, que a Maria Gadú é uma puta cantora, que depois de Cassia Eller, ficou complicado para mim e agora, só porque ela ganha muito dinheiro fazendo o comercial da Nextel, que eu nem vi, só porque toca no Saara, na Globo, no raio que o parta, ela já não pode ser aceita por algumas pessoas. Me incomoda, não pela a diversidade de opinião, e sim por desconfiar que essa liberdade moderna, cool, está aprisionando muita gente nas suas escolhas. Mainstream ou underground, bom, ou ruim, tudo isso é relativo. O mundo não é o Rio de Janeiro e o carnaval nem sempre cai em fevereiro. "Muderno" é experimentar brincar de verdade, moderno e livre é tentar entender e aceitar a diversidade das coisas. "Muderno" é estar atento e forte, e poder estar disperso e fraco sem ser apedrejado por tiranos dessa modernidade líquida. "Muderno" é ver barbudos tocando com tradicionais. Então para quem ainda está nessa, só digo uma coisa: Na briga entre barbudos e tradicionais, vence quem se diverte! -------------------------------------- p.s. um do show: A casa de shows Miranda, tem um ótimo som, o serviço impecável, nivel São Paulo de ser, uma vista incrível. Há quem diga que é caro, mas acho mais honesto dizer, é caro para mim. O espaço é pequeno, então, como assistir a artistas grandes e cachets altos sem cobrar por isso? Fui com amigos e brincamos que teríamos que beber depois, mas me deparei com R$ 18,00 a dose de black label, não acho barato, mas é o preço praticado em muitos outros lugares no atual Rio de Janeiro. Outro dia paguei R$ 17,00 no red no Boteco taco, aí sim, há de convir é um assalto. p.s. dois do show: a Banda é muito, muito boa. P.s. três de mim mesma: sou barbuda, mas não sou fofa!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Era feliz quando nos líamos

o abrigo da tempestade
ouvi tanto de ti

Amor que voa sozinho

Revolto vai desbotar

O cheiro que desgasta não vem de boca aberta
O amor não está contente revolto vai desbotar

O colo que eu quis
se perdeu noutro lugar
foi sem pressa foi mansinho
sem vontade de ficar

Se o cheiro não pede mais
a correnteza vai
o vento leva e traz

não caio mais
não volto atrás

Sem mágoa, sem água
Ninguém quer desabar

O mar não está pra peixe
o peixe não está pro mar

Esqueci dos seus caminhos
Me perdi para ficar

O tempo marcando passo
o passo marcando o tempo
o ar que fica escasso
Saudade de um tormento

MK (Mudando Gasta e Mu)

18 NOV 2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Tuas palavras nas minhas

Os pés no ar vão buscar
cheiros de outras cenas querendo chegar.
Ficou fino, leve, franzino
o meu jeito de amar

Espaços distantes
não sei quem é
te quero
não te amo

Brinco com os instintos
se fecham, simples

Tempos vazios
Quis tuas palavras nas minhas
mas bocas não se invadiram

Tudo o que disse não vale.
Não?

Uma parte de mim parou
Te resgato quando vale,
e vale.

Nunca mais escrevi
ando falando pouco e falo andando muito
contra os flashes da manhã
sigo sorrindo
Você é sempre bem-vindo


MK

08 NOV 2011

sexta-feira, 23 de março de 2012

Por causa do meu amor pelo amor que tens

A morte chega perto para nos avisar.
Cada morte com seu quadrinho,
umas vêm com desenhos, outras com legenda, algumas só um sussurro,
às vezes nos dá uma cutucaba, um piso no calo do pé, um soco no estômago.
Outras apenas revelam a poeira na luz, a lágrima presa, o querer ser querido.

O poeta morreu e deixou meus cabelos enrolados nos seus olhos chorosos,
e eu que nem o sabia, passei a amá-lo por ter causado tanto amor num amor meu.

Sempre fui feliz chorando com a júlia, pois no fim do chororô rola uma gargalhada
dando uma bofetada no ridículo de ser inteira e chorar tanto assim.

Então meu amor te espero no meu velório e que até lá sejamos sempre vexaminosas
encontrando várias pessoas que possam nos chatear.

Com Amor para Julia Wahmann

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"você vem com muito, se viesse com metade estava bom"

Quando criança descia escadas pulando de dois em dois,
brincava de voar abaixo.

O tempo passou e mudou seus passos
por querer caminhar com seus pés ao lado de outros pés
calcanhares paralelos
espelhos desavisados

Se os passos dele diminuem,
os dela descasam.
Ele diz vem, ela vai,
olhando os pés, esquecendo as asas.

Cada vez mais só, percebe que para voar
o vento precisa ajudar, o impulso somente não vai se bastar
e que sozinha sempre vai estar

MK

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Inteira dócil na frente veloz
rompante cabreira marcando uma voz

Te quis assim, inteiro por mim.
Mas não durmo em cama vazia
Cheguei, fiquei, te avisei do jeito que pude.
Costurei meus trapos por escolha e vontade louca
Invadi, ocupei paredes. Perdi

Inteira rasgante não sei me calar
te encontro na frente, distante
onde eu possa ficar.


MK

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Bom pra quem?

it is what it is.

Why she moves like that?
scratching skin, smelling shadows

Let down your light
and you're gonna be safe
safe from smoke
safe to not suffer
safe, but not alive

She moves too fast,
too open
for no one

Full of something
that your body will never treat the way she wanted

Why she cries like that?
welding currentes
thoughts
short steps

why she cries like that?
welding currentes
thoughts
short steps

she lives...
smelling everything
moving for everybody
and crying for nothing

MK