quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Cerrar

Da força que se serve para imaginar
desde quando esqueci de morrer?
O ar adentra, comum, ralo e amiúde.

Não há sentido.
Invento sonhos que alcanço,
outros se perdem no caminho deslizante do gelo,
das tuas pernas,
da luz racional,

Dos olhos que os cigarros criam espelhados no cinzeiro

Racional demais
deixa
as palavras que eram um sustento para os sonhos
num simples
E invento um ladrão
para esconder que na verdade elas jamais existiram
se perderam
estão trancadas nos roxos de meu corpo
na face, pontos estriados de sangue

sem
é somente um pulsar apático
escondido num sorriso vespertino

a multidão calada

desde quando esqueci de sofrer?
está tudo combinado
seguirás inventando
até que os olhos do cinzeiro movam as pálpebras
e cerrem o negro
da ponta de teus cílios

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