sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Portas e Fogo

Un, deux, trois
os cubos caem um a um.

Tento marcar a hora da cremação,
mas o gosto de infinito acaba a cena.

ça fait longtemps qu'on ne s'est pas vu.
exatamente,
a petite fille ficou na caixa de pregos e flores
olhares para os lados
sem saber o que queria sentir
no perfume, os cortes profundos da ferrugem

Je suis une jeune fille
seguro a dor
arranco as roupas,
no corpo o roxo amarelado de mordidas
os dentes de outros passam pelo corpo,
mas são os seus que sinto.

je ne veux pas t'oublier.

Enterro não
Há de queimar
Ao menos sobram as cinzas
cinzas que possam dançar nos braços de outras
nos sorrisos das pequeninas crianças
no gozo de uma outra hora

Roubastes minhas palavras,
e na falta de tempo
as quero de volta.

Mande pelo correio ou pelo ar.
Estão no pacote de cigarro na mesinha de cabeceira.

E essa chave que te dei,
abre alguma porta, mas ainda não descobri qual.
Troquei as fechaduras,essa em especial ficou perdida,
sinceramente, guardo muitas outras chaves
e temo que não tenhas tempo e escolhas a fazer

Pour toi et pour moi
abra alguma dessas portas,

O vento bate e fecha muitas.

Maíra Knox 24 de outubro de 2008

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