segunda-feira, 10 de março de 2008

Domingo passado em dois blocos_Bloco 1: o acordar

Taí, queria descobrir exatamente o significado de conforto.
São 3 da tarde de um domingo e todo mundo que se diz confortável está na praia, nos botecos tomando uma cerveja, ou no almoço de família.
Não me encaixo em nenhuma dessas opções.
Finjo a normalidade, levantando bruscamente, vestindo uma peça listrada que é super fashion, mas curta demais para um vestido e longa demais para uma camiseta, que acabou virando um modelito de ficar em casa se sentindo super sensual.
Minha cabeça doí horrores, culpa da vodka, descobri que não posso mais beber vodka, tomei uma dose dupla apenas e passei pro champagne,(é assim que se escreve?)
e hoje não consigo raciocinar, olhar a luz do dia, o que me dá uma sensação de desconforto, esse eu acho que sei o que é.Continuo com a pulseira da festa bombástica, na qual eu só consegui conversar com um frances, diga se de passagem um gato, falamos sobre negócios, e mesmo com todas as mulheres rebolantes no salao não levantamos da nossa mesa, afinal quem inventou que festa foi feita pra dançar , ainda mais um funk sinistro, a minha vergonha só não era maior, pois ele não
entendia o que estavam cantando, e a desgraça era olhar todos aqueles cofrinhos tatuados de fora a bordo de calças jeans com cristais. Parecia que ele estava se sentindo bem em minha companhia, afinal
passamos a noite toda conversando.sabia que ía acontecer,desde o momento que me apresentaram a ele .Eu, achando ele um gato, ele me achando interessante e a troca de cartões estragando tudo, em 3 dias eu devoraria ele.Perdeu a graça,
disse a ele sorrindo:Acho que a festa acabou.E voltei pra casa mais uma vez jogando fora a possibilidade de um beijo vazio.
Na varanda a poucos minutos, cabelos estranhamente arrumados zero de maquiagem borrada.Ontem,já bastava o salto alto e fino, a blusa que mais parecia que ía cair se eu respirasse e uma bolsa que tem que carregar na mão, resolvi sair sem maquiagem.
Agora escuto as palavras dos outros e me permito sempre a dizer:pode ser, talvez, não é bem assim, é. Finjo prestar atenção e ela acha ou finge que está tudo confortável.
Raiva do latim que precisa o tempo todo de indagações, fingir é com g e finjo é com j, regra mais idiota e desconfortável.
Ainda não descobri um conforto.A sensacão que tenho é que algumas coisas que passaram, eram confortáveis, amáveis, quase um filme de sessão da tarde.
Aliás, realmente sou uma fraude, morri de rir de mim mesma ontem.
Escuta isso:
Saí no fim de tarde de casa, disposta a assistir dois filmes, um as 19:50 o outro as 22. A caminho do cinema isso por volta das seis e pouca da tarde, uma pessoa me liga me convidando pra ir ao cinema, aviso a ele que estou indo e se ele quiser pode me encontrar lá.Chego na Gávea e tento comprar, sessão 19:50 para Juno, lotada, ligo e aviso só tem pra 20:40, ele demora 5 segundos pra responder e a minha paciencia já estava indo por água abaixo, pois o fato de ser mais tarde já acabara com os meus planos de ver os dois filmes seguidos.Me dirigi a fila novamente, 20:40, só tem um lugar!Comprei e
depois liguei e avisei, está lotado, desiste.Mais tarde a gente se fala.
Entrei na sala com uma felicidade e comecei a assistir, um filme fofo, digno de sessão da tarde.
Ao final da sessão é que a cena realmente aconteceu.
Meus olhos e minha cara estavam tão inchados de choro, que tive que ficar lendo os créditos até o final pra não sair com aquela cara após um filme tão light.
Fiquei com vergonha de mim mesma.
Uma completa fraude! Continuo rindo até agora

E me perdi novamente, qual o motivo de eu ter começado a escrever?
ou é falta do que fazer ou falta de falar com voce.
Acho que nem sei se tem algum objetivo, tem?
Estive pensando, grande novidade, queria a coragem de sair por aí, tipo morar no mato, passar um tempo na Europa, ou simplesmente casar e ter filhos, mas me falta coragem, deve ser reflexo da adolescencia,ou de um tédio gostoso.

MK

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