terça-feira, 19 de março de 2013

Anna Karenina | Filme Não resisto e acabo escrevendo algumas linhas para dizer que adorei o filme. Keira Knigthley, linda, daquelas que em determinados planos te geram desejo outros inveja, faz de Anna uma daquelas vilãs - heroínas, pois larga seu filho, usa de uma sinceridade cruel diante do marido, mas vive o seu amor. Meus sentimentos ao observá-la alternavam em um julgamento desnecessário, mas impossível. Uma mulher neurótica insatisfeita ou apenas uma mulher intensa que vive o amor em carne? Vítima de um sistema social patriarcal ou uma selvagem que segue seus instintos? Creio que ambas, cada uma em seu momento. Com excessão de algumas caras e bocas exageradas, aquele deslocar de queixo para enfatizar ou sublinhar sentimentos ou sufocos, o que acabou incomodando e a deixando forçada, tem uma bela atuação, na minha opinião melhor do que a ganhadora do Oscar. Conde Vronsky,apesar da falta do ar másculo e sexual, talvez natural de um menino, aparece lindo de sobrancelhas marcadas e um figurino, na sua maior parte uniforme branco que também agrada, mas Jude Law, mesmo careca e mais velho, me roubou vários suspiros, daqueles que só os talentosos sabem aproveitar de um personagem bom, um homem que mesmo dentro das suas limitações poéticas ama acima de qualquer tirania que venha sofrer, acima do ego ou justificativa social. O conceito visual é bastante estimulante, com cenários feitos de palcos, cortinas, bastidores teatrais e paisagens surpreendentes.O ballet congelado e a beleza das danças, os beijos e olhares dos apaixonados. Filme de muitos e muitos belos quadros, desde a cama do menino a ceifada do campo, o encontro do marido e a visita do amante refletidos nas portas de vidro, o desespero da mulher que será abandonada na janela. Adorei a mudança constante de cenários não imaginados como forma de transição de cenas numa aristocracia russa onde todos vivem em palcos. Onde todos tem algum papel a atuar. Amei o personagem Liévin, alter ego de Tolstói, livre do artificial da alta sociedade. Sua relação com os trabalhadores do campo e a delicadeza de sua sabedoria sobre o tempo do amor e de que maneira chegar a ele sem tantos percalços e sofrimentos. Ao invés de voltar casado, traz um chapéu de seda, mas em blocos de um jogo de palavras traz a sua amada para o orgânico e simples modo de viver uma vida no campo. Não li a obra de mais de 800 páginas, provavelmente melhor do que o filme, como é costumeiro, mas digo que dos filmes que concorreram ao Oscar foi o que mais me agradou.E não canso de pensar que gostaria de ter uma égua tão bela quanto Frou-Frou. Corram para o cinema.

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