domingo, 29 de julho de 2012

Quem tem muito para dar anda se assustando com a economia dos outros. Povo economiza palavras, faz conta de abraço, tem medo de pacotes, Não leio mais o caderno de economia no jornal da minha vida, fico com o segundo caderno e classificados.

sábado, 21 de julho de 2012

Da série vivendo no Rio de Janeiro como se estivesse em NY: "Você vai à lavanderia igual aquelas de NY, de ficha e tal?" minha mãe pergunta. " Sim, a parte da ficha é igual, só fica faltando um cara gato lavando suas roupas no mesmo momento e lendo ao seu lado!" Concluo que estou em Botafogo.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ontem ao participar de uma conversa com o candidato a prefeitura do Rio listei alguns dos pontos altos, algumas de suas respostas e acrescento algumas de minhas impressões: Cultura: "Nossa cultura vai além dos grandes espetáculos" falou sobre a importância da democratização do acesso à cultura. Cultura é cidadania, desenvolvimento humano e não apenas grandes espetáculos. A Sociedade civil como parceira para o planejamento de políticas culturais integradas ao desenvolvimento socioeconômico. Falou sobre os Pontos de Cultura e a importância dos mesmos. No programa de governo lista a necessidade de uma política cultural para a infância. Transporte / trânsito: Eduardo Paes diz que "nos últimos quatro anos, com os corredores Trans, o BRS e o Bilhete Único Carioca, a cidade vem assistindo à maior transformação das últimas décadas, integrando a cidade como nunca antes na história. Com uma nova rotina e com menos tempo nos deslocamentos, os cariocas agora sabem o que é um transporte de qualidade, com ônibus circulando em faixas exclusivas e pontos de parada organizados." Queria saber qual carioca sabe o que é transporte de qualidade. Só se for o morador de Santa Cruz com charrete, que ao menos sabe o que esperar do cavalo. Ou o carioca que vai a Paris e NY onde o metrô realmente funciona. Freixo falou sobre o projeto do metrô e a realização da linha 4. A maneira autoritária com a qual o governo se relaciona com a execução do projeto. Onde as associações de bairro e moradores da cidade não têm poder de decisão e apenas uma falsa escuta. A linha 1 terá condições de suportar o aumento de demanda provocado pelo seu próprio crescimento e pela linha 4, sem contar o compartilhamento de trilhos com a linha 2 ? Freixo apontou a redução do valor da passagem de ônibus. Uma vez que a criação de corredores possibilita redução de gastos por parte das empresas de ônibus. Atualmente existem os corredores, mas a redução da passagem não ocorreu. Sobre a Guarda Municipal, falou sobre a necessidade de restabelecer o papel da Guarda Municipal como agente e fiscalizador. Saúde: Segundo o próprio Ministério da Saúde em relatório sobre o Índice de Desempenho de Saúde a capital do Rio aparece em último lugar em relação aos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Freixo é contra a terceirização, privatização dos profissionais adotada pela atual política da secretaria de saúde feita através das OS. Propõe a convocação de concursos públicos e elaboração de um Plano de cargos e salários para os funcionários das diferentes categorias da Saúde afim de priorizar os recursos humanos e não apenas belos hospitais com tvs de plasma. Ficou claro que ele é contra o recolhimento de moradores de rua e usuários de crack da maneira que é realizado atualmente, sugeriu inclusive que fosse veiculado um registro do que acontece após o recolhimento destes com destino aos abrigos. Para onde vão as pessoas que são recolhidas? Qual a transformação nas vidas dessas pessoas? " Os usuários de crack não estão nas ruas por conta do crack e sim usam pois estão nas ruas." Ao pesquisar a síntese e diretrizes gerais do programa de governo, me chamou a atenção um ítem que fala da Saúde mental e a necessidade de acabar com o recolhimento e internação compulsórios para implantar consultórios de rua e de redutores de danos. Nise da Silveira ficaria feliz, creio. Educação: Plano pedagógico padrão adotado em diferentes comunidades não funciona. Segundo Freixo, como seria possível adotar o mesmo formato de ensino em comunidades tão distintas como o Complexo da Maré e a Rocinha? Disse que não somente por ser favela deve ser olhada da mesma maneira e que um plano pedagógico deve ser realizado observando e dialogando com a cultura e as necessidades de cada região. O respeito a autonomia pedagógica do professor também foi enfatizado. Mais uma vez falou sobre a necessidade da elaboração de Plano de carreira, com salários progressivos por tempo de serviço e valorização por formação. Posição em harmonia ao discusso adotado na Saúde. Foco no resgate a dignidade dos profissionais envolvidos na área. Sobre as olimpíadas e o os investimentos futuros na cidade: Qual o legado o Panamericano deixou? Usou um exemplo básico. Temos atualmente dois campos de golf que poderiam ser adaptados às normas técnicas para receber os jogos olímpicos. Mas o que o governo atual propõe? Contruir um campo de golfe. Exemplo que em primeira instância soa inocente, mas reflete claramente a posição do candidato à utilização da verba destinada à realização das olimpíadas. Campanha: Optaram por não realizar alianças políticas que inviabilizem a maneira de governar proposta. Enfatizou também a necessidade da escolha de uma câmara de vereadores melhor. Falou sobre a participação no programa do Juca Kfouri, onde fui multado por participar do programa, acusado de campanha. E nessa primeira semana da abertura oficial da campanha já assistimos ao Eduardo Paes inaugurando obras ao lado de Dilma. Provavelmente a disputa pela a prefeitura do Rio será mais uma vez suja, o valor estimado da campanha do Eduardo Paes: 25 milhões. E só consigo pensar em quantos discos de novos compositores poderiam ser gravados, quantos projetos de circulação de artistas poderiam ser realizados, quantos festivais populares, quantos grupos que participam do programa Pontos de Cultura produziriam e disseminariam cultura com uma pequena fatia dessa verba. Fazendo uma análise rasa de quem não acompanha a política do governo como deveria, ao abrir os dois sites, do atual prefeito e do candidato Marcelo Freixo, já na linguagem estética adotada e no conteúdo exposto fica claro que um, trata-se de plano marketeiro destacando obras e belas fotos enquanto o outro apresenta programa de governo detalhado, convite a participação popular nas decisões da nossa cidade. Então, hoje, ao invés de convidá-los a algum show, convido: visitem os dois sites

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Barbudagem no meio da música

Há tempos escrevo em meus cadernos impressões, registros, divagações sobre artistas musicais. O fato é que tenho alguns vícios, e um deles é abrir os ouvidos ao que os outros estão cantando, tocando, sacudindo. Em palquinhos, palcões, ladeiras do rock, saraus, por onde houver música. Muitas vezes acabo trancando esses pedacinhos de sensações nos meus esconderijos rabiscados, por preguiça, por achar que existem críticos demais por aí, falando bem, mal, analisando o som, o repertório, a afinação, a presença, o carisma e blá blá blá... ou, por ter cada vez mais a certeza de que uma opinião, é só uma opinião que pode muito bem ser gasta na mesa de um bar e ponto. Passada a crise por gostar tanto de pesquisar música, digo pesquisar para aliviar a sensação de que não estou trabalhando, me aceitei como adicta de música e de shows. Ontem fui ao show da Adriana Calcanhoto, e acabei puxando a ponta da toalha de uma discussão que é recorrente. Barbudagem X Tradicional ( Nem sei ao certo se seria esse o termo, mas, algo popular, conteúdo musical aceito por músicos experientes, que não são taxados de modernos.) Brincamos, entre amigos músicos, que uma banda barbuda deve ter ao menos uma pessoa usando óculos ray-ban (wayfare de preferência) uma camisa xadrez, e ter algum istrumento "brinquedinho" de criança. Banda Moderna, com conceito estético pensado, algumas músicas e letras estranhas, vez por outra fofas. Talvez o monsieur Gastão possa explicar melhor o termo, na questão musical, eu, consigo detectar bem apenas o visual e um ou outro acorde. Voltando ao show: No palco Adriana Calcanhoto lançando o DVD "Micróbio Vivo" cercada de três músicos excelentes, barbudos ou não, Davi Moraes (violão, cavaquinho), Alberto Continentino (baixo acústico) e Domenico Lancellotti (bateria). No repertório, algumas músicas que me chamaram a atenção: "Mais perfumado", "Já Reparô?( que no meu pequenino querer, adicionei ao playlist), as duas músicas da própria Adriana. "Esses Moços" do Lupicínio Rodrigues, "Argumento" do Paulinho da Viola. Alguma coisa ela tem, que me traz a impressão de uma certa cortina, não é dessas cantoras expostas, mais reservada, porém tem um quê de inquietação, usou secador de cabelo para descabelar as partituras, e manteve os seu cabelos presos num penteado perfeitamente "geloso", sacodiu xícaras, raspou pratos, tirou som de onde não se esperava, como quem diz ao público, nas palavras do Paulinho da Viola -"Sem preconceito ou mania de passado Sem querer ficar do lado de quem não quer navegar". Naveguei. Foi um bom show. Eu não sou do samba e vou ao samba, eu não sou do maracatu, mas balanço os ombrinhos, não sou fã da Calcanhoto, mas me diverti, sendo ela moderna ou não. Se assitiria novamente, não sei, também, não importa, uma opinião é só uma opinião, esperem pela hora do chá! Só acho que já passou da hora de nos libertarmos desses conceitos de onde você pode ou deve circular, do que você deve ou não escutar. Me incomoda sim, dizer em uma roda de amigos cools, que a Maria Gadú é uma puta cantora, que depois de Cassia Eller, ficou complicado para mim e agora, só porque ela ganha muito dinheiro fazendo o comercial da Nextel, que eu nem vi, só porque toca no Saara, na Globo, no raio que o parta, ela já não pode ser aceita por algumas pessoas. Me incomoda, não pela a diversidade de opinião, e sim por desconfiar que essa liberdade moderna, cool, está aprisionando muita gente nas suas escolhas. Mainstream ou underground, bom, ou ruim, tudo isso é relativo. O mundo não é o Rio de Janeiro e o carnaval nem sempre cai em fevereiro. "Muderno" é experimentar brincar de verdade, moderno e livre é tentar entender e aceitar a diversidade das coisas. "Muderno" é estar atento e forte, e poder estar disperso e fraco sem ser apedrejado por tiranos dessa modernidade líquida. "Muderno" é ver barbudos tocando com tradicionais. Então para quem ainda está nessa, só digo uma coisa: Na briga entre barbudos e tradicionais, vence quem se diverte! -------------------------------------- p.s. um do show: A casa de shows Miranda, tem um ótimo som, o serviço impecável, nivel São Paulo de ser, uma vista incrível. Há quem diga que é caro, mas acho mais honesto dizer, é caro para mim. O espaço é pequeno, então, como assistir a artistas grandes e cachets altos sem cobrar por isso? Fui com amigos e brincamos que teríamos que beber depois, mas me deparei com R$ 18,00 a dose de black label, não acho barato, mas é o preço praticado em muitos outros lugares no atual Rio de Janeiro. Outro dia paguei R$ 17,00 no red no Boteco taco, aí sim, há de convir é um assalto. p.s. dois do show: a Banda é muito, muito boa. P.s. três de mim mesma: sou barbuda, mas não sou fofa!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Era feliz quando nos líamos

o abrigo da tempestade
ouvi tanto de ti

Amor que voa sozinho

Revolto vai desbotar

O cheiro que desgasta não vem de boca aberta
O amor não está contente revolto vai desbotar

O colo que eu quis
se perdeu noutro lugar
foi sem pressa foi mansinho
sem vontade de ficar

Se o cheiro não pede mais
a correnteza vai
o vento leva e traz

não caio mais
não volto atrás

Sem mágoa, sem água
Ninguém quer desabar

O mar não está pra peixe
o peixe não está pro mar

Esqueci dos seus caminhos
Me perdi para ficar

O tempo marcando passo
o passo marcando o tempo
o ar que fica escasso
Saudade de um tormento

MK (Mudando Gasta e Mu)

18 NOV 2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Tuas palavras nas minhas

Os pés no ar vão buscar
cheiros de outras cenas querendo chegar.
Ficou fino, leve, franzino
o meu jeito de amar

Espaços distantes
não sei quem é
te quero
não te amo

Brinco com os instintos
se fecham, simples

Tempos vazios
Quis tuas palavras nas minhas
mas bocas não se invadiram

Tudo o que disse não vale.
Não?

Uma parte de mim parou
Te resgato quando vale,
e vale.

Nunca mais escrevi
ando falando pouco e falo andando muito
contra os flashes da manhã
sigo sorrindo
Você é sempre bem-vindo


MK

08 NOV 2011