quarta-feira, 11 de julho de 2012
Ontem ao participar de uma conversa com o candidato a prefeitura do Rio listei alguns dos pontos altos, algumas de suas respostas e acrescento algumas de minhas impressões:
Cultura:
"Nossa cultura vai além dos grandes espetáculos"
falou sobre a importância da democratização do acesso à cultura. Cultura é cidadania, desenvolvimento humano e não apenas grandes espetáculos.
A Sociedade civil como parceira para o planejamento de políticas culturais integradas ao desenvolvimento socioeconômico.
Falou sobre os Pontos de Cultura e a importância dos mesmos.
No programa de governo lista a necessidade de uma política cultural para a infância.
Transporte / trânsito:
Eduardo Paes diz que "nos últimos quatro anos, com os corredores Trans, o BRS e o Bilhete Único Carioca, a cidade vem assistindo à maior transformação das últimas décadas, integrando a cidade como nunca antes na história. Com uma nova rotina e com menos tempo nos deslocamentos, os cariocas agora sabem o que é um transporte de qualidade, com ônibus circulando em faixas exclusivas e pontos de parada organizados."
Queria saber qual carioca sabe o que é transporte de qualidade. Só se for o morador de Santa Cruz com charrete, que ao menos sabe o que esperar do cavalo. Ou o carioca que vai a Paris e NY onde o metrô realmente funciona.
Freixo falou sobre o projeto do metrô e a realização da linha 4. A maneira autoritária com a qual o governo se relaciona com a execução do projeto. Onde as associações de bairro e moradores da cidade não têm poder de decisão e apenas uma falsa escuta.
A linha 1 terá condições de suportar o aumento de demanda provocado pelo seu próprio crescimento e pela linha 4, sem contar o compartilhamento de trilhos com a linha 2 ?
Freixo apontou a redução do valor da passagem de ônibus. Uma vez que a criação de corredores possibilita redução de gastos por parte das empresas de ônibus. Atualmente existem os corredores, mas a redução da passagem não ocorreu.
Sobre a Guarda Municipal, falou sobre a necessidade de restabelecer o papel da Guarda Municipal como agente e fiscalizador.
Saúde:
Segundo o próprio Ministério da Saúde em relatório sobre o Índice de Desempenho de Saúde a capital do Rio aparece em último lugar em relação aos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Freixo é contra a terceirização, privatização dos profissionais adotada pela atual política da secretaria de saúde feita através das OS.
Propõe a convocação de concursos públicos e elaboração de um Plano de cargos e salários para os funcionários das diferentes categorias da Saúde afim de priorizar os recursos humanos e não apenas belos hospitais com tvs de plasma.
Ficou claro que ele é contra o recolhimento de moradores de rua e usuários de crack da maneira que é realizado atualmente, sugeriu inclusive que fosse veiculado um registro do que acontece após o recolhimento destes com destino aos abrigos. Para onde vão as pessoas que são recolhidas? Qual a transformação nas vidas dessas pessoas? " Os usuários de crack não estão nas ruas por conta do crack e sim usam pois estão nas ruas."
Ao pesquisar a síntese e diretrizes gerais do programa de governo, me chamou a atenção um ítem que fala da Saúde mental e a necessidade de acabar com o recolhimento e internação compulsórios para implantar consultórios de rua e de redutores de danos. Nise da Silveira ficaria feliz, creio.
Educação:
Plano pedagógico padrão adotado em diferentes comunidades não funciona.
Segundo Freixo, como seria possível adotar o mesmo formato de ensino em comunidades tão distintas como o Complexo da Maré e a Rocinha?
Disse que não somente por ser favela deve ser olhada da mesma maneira e que um plano pedagógico deve ser realizado observando e dialogando com a cultura e as necessidades de cada região.
O respeito a autonomia pedagógica do professor também foi enfatizado.
Mais uma vez falou sobre a necessidade da elaboração de Plano de carreira, com salários progressivos por tempo de serviço e valorização por formação. Posição em harmonia ao discusso adotado na Saúde. Foco no resgate a dignidade dos profissionais envolvidos na área.
Sobre as olimpíadas e o os investimentos futuros na cidade:
Qual o legado o Panamericano deixou?
Usou um exemplo básico. Temos atualmente dois campos de golf que poderiam ser adaptados às normas técnicas para receber os jogos olímpicos.
Mas o que o governo atual propõe? Contruir um campo de golfe.
Exemplo que em primeira instância soa inocente, mas reflete claramente a posição do candidato à utilização da verba destinada à realização das olimpíadas.
Campanha:
Optaram por não realizar alianças políticas que inviabilizem a maneira de governar proposta.
Enfatizou também a necessidade da escolha de uma câmara de vereadores melhor.
Falou sobre a participação no programa do Juca Kfouri, onde fui multado por participar do programa, acusado de campanha.
E nessa primeira semana da abertura oficial da campanha já assistimos ao Eduardo Paes inaugurando obras ao lado de Dilma.
Provavelmente a disputa pela a prefeitura do Rio será mais uma vez suja, o valor estimado da campanha do Eduardo Paes: 25 milhões.
E só consigo pensar em quantos discos de novos compositores poderiam ser gravados, quantos projetos de circulação de artistas poderiam ser realizados, quantos festivais populares, quantos grupos que participam do programa Pontos de Cultura produziriam e disseminariam cultura com uma pequena fatia dessa verba.
Fazendo uma análise rasa de quem não acompanha a política do governo como deveria, ao abrir os dois sites, do atual prefeito e do candidato Marcelo Freixo, já na linguagem estética adotada e no conteúdo exposto fica claro que um, trata-se de plano marketeiro destacando obras e belas fotos enquanto o outro apresenta programa de governo detalhado, convite a participação popular nas decisões da nossa cidade.
Então, hoje, ao invés de convidá-los a algum show, convido: visitem os dois sites
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